Há dezenas de sacos de lixo sobre os túmulos. Parte deles está aberta e com as ossadas expostas à chuva e ao sol. Uma exposição chocante aberta ao publico. Qualquer visitante pode visualizar a grande quantidade de ossos amontoados, sem qualquer proteção. A situação foi flagrada pela reportagem do NossoDia na última semana, no cemitério Jardim da Saudade, na zona norte de Londrina.
Crânio, mandíbula, fêmur, alguns fora dos sacos de lixo e até dentro de baldes. Um animal pode facilmente ir ao local e retirar uma parte humana do cemitério. Os restos mortais estão expostos no setor de conjugados do Jardim da Saudade. Algumas sepulturas possuem identificação, porém, aparentemente, os sacos de lixo não apresentam etiquetas com os nomes.
Há diversas urnas no terreno. Cada urna deveria ser ocupada por apenas um cadáver, porém há vários sacos. O depósito de ossos está localizado aos fundos do cemitério Jardim da Saudade. A poucos metros do muro que divide a necrópole da Avenida Octávio Clivati.
Há duas semanas, a Administração dos Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina (Acesf) divulgou a construção de um novo ossário no Jardim da Saudade, com 50 metros quadrados de área. Ele substituirá a antiga estrutura, construída há 34 anos, que está com capacidade esgotada. Esses ossos poderão ser encaminhadas ao novo setor. A previsão é que a capacidade para guardar os ossos do novo local seja de pelo menos cinco anos.
Velhos problemas
Como já mostrodu a reportagem do jornal, quase 10 metros do muro foram retirados no início de dezembro de 2017, para dar lugar a um portão de ferro, que também seria instalado aos fundos do cemitério. Porém o trabalho na região norte ainda não foi finalizado. Tapumes deteriorados pelas fortes chuvas ainda são usados para impedir invasões.
Segundo a divulgação da Acesf, a última etapa será de pavimentação do conjugado do Jardim da Saudade, onde estão os vários sacos de lixo com ossadas. Parte da obra já foi iniciada, como a fase de concretagem. Porém ainda há muito barro em volta do local. A conclusão dos trabalhos está prevista para o final do primeiro semestre de 2018.
Na tarde da última sexta-feira (2), por meio de ligação telefônica, a reportagem encaminhou o problema para a superintendente interina da Acesf, identificada como Isabel Feijó Flores. Segundo a sua secretária, Isabel iria até o cemitério Jardim da Saudade para avaliar a situação, e na sequência daria respostas sobre o caso. No entanto, até o início da noite de sexta, ela não retornou ao telefonema.