Uma operação da PM (Polícia Militar) terminou em confusão na noite de terça-feira (19) no Residencial Flores do Campo, na zona norte de Londrina. Moradores contaram que os policiais chegaram por volta das 19 horas em várias viaturas percorrendo as ruas do bairro em alta velocidade. Após uma confusão, a PM retornou com reforço após 40 minutos, em 11 viaturas, cinco motos, além do Pelotão de Choque.
Eles alegaram excesso por parte dos policiais. Uma moradora disse que tentou alertar os militares quanto ao risco de atropelamento de crianças, mas foi chamada de "vagabunda". "As crianças estão acostumadas a brincar na rua. Com as viaturas correndo muito, fui pedir, com educação, pra eles tomarem cuidado. Um deles me xingou e me mandou pegar as crianças e entrar logo pra dentro de casa", contou.
A moradora mostrou uma munição não letal não deflagrada que, segundo ela, foi deixada pelos policiais. "O que aconteceu aqui hoje [terça] foi assustador. Nós já estamos acostumados com a presença da polícia, mas dessa vez passou de todos os limites. Estão todos assustados, principalmente as crianças", contou outro morador.
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O comandante da 4ª Companhia Independente da Polícia Militar, major Nelson Villa, informou que uma equipe fazia uma operação de rotina quando foi surpreendida por alguns moradores que cercaram a viatura fazendo ameaças com pedras e paus. "Quando as viaturas chegaram, alguns indivíduos já alertaram a chegada dos policiais com fogos de artifício. O fato é que algumas pessoas ali não têm interesse que a PM faça o patrulhamento no local e isso não podemos admitir", disse.
Villa negou ter havido qualquer excesso policial. "Hoje, qualquer pessoa tem um celular com câmera. Se tivesse ocorrido algum abuso, com certeza teria sido registrado", comentou. Ainda segundo o major, dois quadros de motos roubados foram encontrados em uma casa. Alguns moradores disseram que vão procurar o Ministério Público para relatar o ocorrido.
No final deste mês, a ocupação no Residencial Flores do Campo completa um ano. Atualmente, cerca de 600 famílias vivem em cerca de 1,2 mil imóveis inacabados do programa Minha Casa Minha Vida. "A maioria das pessoas é formada por gente de bem. Nós estamos fazendo operações cada vez mais constante para que eles se acostumem com a presença da polícia. Nosso foco é impedir a ação dos criminosos", frisou Villa.