O Núcleo de Londrina do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do Paraná, em conjunto com a Corregedoria-Geral da Polícia Militar, realizou nesta quarta-feira (26), a Operação Mar Vermelho. A ação tem como objetivo investigar uma organização criminosa suspeita de atuar nos municípios de Londrina, Ibiporã e Bela Vista do Paraíso.
Durante a operação, cinco mandados de prisão foram cumpridos, além de 28 mandados de busca e apreensão. Adicionalmente, sete medidas de afastamento da função pública e 11 medidas de monitoração eletrônica foram aplicadas.
As investigações focam no possível envolvimento de ao menos sete policiais militares, sendo um oficial, um cadete e cinco praças, além de particulares, em crimes graves, incluindo dois latrocínios (roubos seguidos de morte).
O 30º BPM (Batalhão de Polícia Militar), de Londrina, está acompanhando e apoiando a Operação Mar Vermelho.
LATROCÍNIOS
As investigações tiveram início após informações sobre a participação de dois policiais militares na morte de um homem, ocorrida em 23 de agosto de 2021, na zona rural de Jataizinho. O corpo da vítima teria sido queimado e o crime foi motivado por desentendimentos financeiros entre os membros da organização criminosa investigada.
Após diligências, confirmou-se que a vítima fazia parte do mesmo grupo criminoso em questão. Durante o crime, alguns integrantes apropriaram-se de dinheiro por meio de movimentações bancárias e bens pertencentes à vítima.
As investigações também revelaram outro caso de latrocínio, em que um homem, que atuava como agiota, teria sido morto em um confronto forjado com uma equipe das Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana) de Ibiporã.
Segundo as apurações, as investigações revelaram que o objetivo dos policiais militares era apropriação de R$ 30 mil que estavam com a vítima do homicídio. Parte desse montante, no entanto, não foi encontrada pelos policiais, pois acredita-se que estivesse escondida nas roupas íntimas da vítima.
Além disso, o grupo criminoso armado estava envolvido em uma série de crimes, incluindo falsidade ideológica, com a inserção de dados falsos em boletins de ocorrência, onde simulavam roubos de carga; apropriação indébita de cargas como aço, ferro, cobre, etanol e soja; furto qualificado e extorsão agravada. Essas atividades eram realizadas de maneira serial e profissional pelo grupo.