A Polícia Federal deflagrou na quarta-feira (23) a Operação Dupla Face. Equipes da Polícia Federal realizaram a prisão de 18 integrantes de uma quadrilha de contrabandistas, além de buscas simultâneas em 21 endereços em Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, Medianeira e Belém, em cumprimento a decisão do Juízo da 5ª Vara Federal de Foz do Iguaçu.
Segundo a PF, os detidos ocupavam posição de destaque na organização criminosa. A investigação, que contou com o apoio da Receita Federal, durou 15 meses e teve por objetivo a desarticulação de uma quadrilha dedicada ao contrabando ou descaminho, sobretudo de cigarros provenientes do Paraguai.
Para entregar os materiais ilícitos e dificultar o trabalho dos policiais, a quadrilha utilizava "batedores" que seguiam à frente e passavam informações aos motoristas dos caminhões para que estes evitassem a passagem pelos pontos em que havia fiscalização na BR-277, rodovia pela qual as cargas eram direcionadas para todo o Brasil.
Descobriu-se que os contrabandistas ainda contavam com o apoio de servidores públicos e pessoas que trabalhavam na rodovia, o que dificultava ainda mais a atividade repressiva por parte da polícia.
Ao longo da investigação foram apreendidos 46 veículos, a maioria carretas e caminhões carregados com cigarros. Para diminuir os custos operacionais, os criminosos utilizavam-se inclusive de veículos financiados no nome de terceiros, com placas falsas ou mesmo objeto de furto ou roubo.
No decorrer da investigação trinta e cinco pessoas foram presas em flagrante – sendo que a maioria eram motoristas e "batedores" – bem como apreendidos cerca de R$ 30 milhões em mercadorias. Estima-se que a soma dos tributos evadidos e multas decorrentes superam os R$ 40 milhões.