A polícia italiana prendeu quatro travestis brasileiros nesta sexta-feira (08) em Brescia, no norte do país, acusados de contrabando, exploração de prostituição, tráfico de drogas e imigração ilegal. Um italiano também foi preso, e há três travestis brasileitros foragidos.
De acordo com a polícia italiana, as investigações, que receberam o nome "Operazione Bischa" (Operação Bicha), vinham sendo realizadas havia dois anos e contavam com o apoio da polícia brasileira por meio da Interpol.
Um dos policiais que participou da ação disse que o nome da operação é uma referência à forma com que "as cafetinas" se referiam aos travestis supostamente explorados.
Hormônios
Durante a batida policial, um dos travestis presos foi flagrado com 270 caixas de hormônios femininos, que têm importação e venda controladas, contrabandeados do Brasil.
Segundo a polícia, o grupo também aliciava outros travestis em várias cidades brasileiras, incluindo Belém do Pará, e eles chegavam à Itália "devendo" pelo menos 15 mil euros ao grupo.
"As cafetinas eram travestis que conseguiram se emancipar, viraram empresárias de si próprias e depois começaram a explorar outros travestis", disse à BBC Brasil o chefe da operação policial, Carmine Grassi. "Elas controlavam tudo."
Segundo Grassi, a cidade e os seus arredores tinham sido divididos em 15 áreas pelo grupo, e a disputa territorial havia provocado recentemente confrontos com uma quadrilha de albaneses.
Cerca de 100 pessoas foram indiciadas como resultado da operação, a maioria italianos. Muitos deles são proprietários de apartamentos alugados ao chefes do grupo para uso como local de programa ou alojamento.