Onze pessoas - dez homens e uma mulher - foram presas na manhã deste domingo (25), suspeitas de participarem de um grupo de extermínio que atuava na Baixada Fluminense. A operação foi feita pela 63ª Delegacia de Polícia (Japeri), com apoio do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público. Quatro ainda estão foragidos, entre eles o homem acusado de chefiar o bando.
O grupo começou a ser investigado há quatro meses, depois do assassinato de um casal em Japeri, na Baixada Fluminense. "O casal não pagava o aluguel do imóvel e não deixava o local porque dizia não ter para onde ir. O filho do proprietário, que também está preso, contratou o bando para matar o casal", contou o delegado Carlos Augusto da Silva. "Os crimes tinham motivações banais".
Durante as investigações, o bando esteve envolvido em cinco homicídios. Os integrantes têm profissões diversas - são pintores, operários, seguranças -, e se reúnem para cometer os assassinatos, pelos quais cobravam entre R$ 1.000 e R$ 3.000. "Inicialmente tínhamos informações de que eram milicianos, mas não identificamos a participação de policiais militares ou civis, nem mesmo de ex-policiais", afirmou Silva.
A mulher presa é ex-amante de Adriano Naninho, acusado de ser o chefe. Ela é apontada pela polícia como a responsável por fazer o transporte de armas para o bando e dar informações sobre vítimas. "Eles começaram a desconfiar que estavam sendo monitorados e decidiram matar essa mulher, porque acreditavam que ela estava delatando o bando", disse o delegado. Além dos assassinatos por encomenda, o grupo também matava desafetos. Uma das vítimas foi um rapaz que discutiu com um segurança de uma boate, em Japeri. Esse segurança era integrante do grupo de extermínio e armou uma emboscada para o rapaz na saída do baile. O jovem sobreviveu.
A operação de ontem previa o cumprimento de 15 mandados de prisão e 21 de busca e apreensão. O bando será indiciado por homicídio e formação de quadrilha.