Polícia

OAB duvida de comissão em caso de tortura na PCE

15 abr 2002 às 18:40

A Comissão de Sindicância da secretaria de Segurança Pública que investiga a tortura de presos da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, por policiais militares promete a conclusão dos trabalhos para a próxima quinta-feira. A comissão foi acionada por conta de denúncia na qual os presos teriam apanhado em represália ao tiroteiro, que ocorreu em 25 de março, em que um preso foi morto por outro no pátio.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) seção Paraná Dálio Zippin Filho, que vistoriou a penitenciária na semana passada e registrou sinais de agressão física em 20 detentos, a comissão não vai detectar tortura contra os presos porque não determinou a realização de exames de lesão corporal nos mesmos. ''Como ocorreu em outras vezes, tudo vai terminar em pizza'', apostou.


O coordenador do Departamento Penitenciário (Depen) em exercício, Divonsir Mafra, confirmou que os exames ainda não foram feitos, mas garantiu que a comissão vai realizá-los ainda esta semana. ''As lesões corporais estão sendo provocadas pelos próprios presos'', afirmou.

Conforme Zippin Filho, os sinais de tortura terão desaparecido quando for feita a perícia. Ele está elaborando relatório que será encaminhado até sexta-feira ao Ministério da Justiça, Ministério Público e Secretaria de Segurança Pública.


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