Duas mulheres presas no interior de São Paulo tentaram sequestrar um bebê de 3 meses em Londrina. A informação foi confirmada pelo escrivão da 10ª Subdivisão Policial, Tiago Galiano Freitas. Em entrevista ao portal Bonde, o escrivão disse que uma mãe procurou a polícia para relatar o caso. Em depoimento, ela contou que foi procurada pelas mesmas mulheres no dia 12 de maio.
"Elas se passaram por missionárias e ofereçaram ajuda à família. Conforme a mãe, elas ficaram muito tempo com a criança no colo, fazendo perguntas, esperando algum descuido da mãe. O sequestro só não aconteceu porque a tia da mulher também estava presente".
Freitas explicou que no dia 30 de maio as mulheres voltaram a entrar em contato com a mulher, moradora da Vila Casoni. A mulher disse que elas telefonaram para avisar que haviam conseguido a ajuda prometida.
"Elas marcaram encontro em um mercado da cidade e insistiam para que a mulher levasse o filho, o que levantou suspeita. Ela falou que ia com o marido, mas as mulheres pediram que ele não estivesse junto. A mãe então falou que iria deixar o bebê com alguém, e elas continuaram insistindo, falando que estavam com saudades da criança".
Conforme o escrivão, isso chamou atenção da mãe, que recusou o encontro.
"Ela desconfiou do interesse delas pelo filho. Falou que ia chamar a polícia e as mulheres nunca mais fizeram contato".
O escrivão disse que a mãe e a tia resolveram procurar a polícia nesta segunda-feira, após a prisão das mulheres no interior paulista pelo sequestro de um bebê de apenas 22 dias. Elas afirmaram ter reconhecido as suspeitas e confirmaram vendo fotografias. Diante das informações, a Polícia Civil de Londrina entrou em contato com as delegacias de Guarapuava e Santa Bárbara d'Oeste.
Crime em Guarapuava
Para a Polícia Civil de Guarapuava não há dúvidas que Angela Nicoliche, de 50 anos, e Aparecida Marta Nicolete, 47, foram as responsáveis pela morte da jovem Ana Paula Galeski, de 19 anos. O taxista que trouxe as mulheres do estado de São Paulo até a cidade paranaense foi quem ajudou a esclarecer o caso. Ele disse que prestava serviços regularmente a elas e revelou ainda ter buscado as mulheres em Guarapuava e levado até Londrina.
A Polícia Civil confirmou que Ana Paula foi dopada antes de ter o filho tomado dos braços. As suspeitas atearam fogo na jovem e incendiaram a casa. Ana Paula ficou ferida. Ela ficou internada no Hospital Universitário de Londrina, onde morreu no dia 24 de junho.
Quem ajudou a Polícia Civil de Guarapuava a confirmar a identidade das suspeitas foi um menino de 8 anos, sobrinho da vítima, agredido na situação com um martelo. Ele reconheceu as duas mulheres em fotografias.
Prisão em São Paulo
Três mulheres foram presas no dia 22 de agosto em Santa Bárbara d'Oeste após o sequestro de um bebê de 22 dias. A criança foi levada após a mãe ter sido dopada em um shopping. As mulheres foram denunciadas por dois taxistas que declararam para a polícia terem feito viagens para ela. Elas moravam a algumas quadras da Delegacia da Mulher da cidade.
Angela e Aparecida tinham mandado de prisão expedido pela Justiça do Paraná. Elas foram ouvidas na última semana pelo delegado de Guarapuava, Alysson de Souza. As suspeitas relataram que nunca estiveram na cidade. No entanto, a Polícia Civil já tem detalhes do passos delas na cidade, inclusive na pousada onde ficaram hospedadas.
Conclusão do caso
Segundo a Polícia Civil de Guarapuava, as duas continuarão presas em São Paulo por causa do flagrante. Elas devem ser transferidas para o Paraná somente em caso de liberdade provisória.
Tanto a Delegacia de Guarapuava quanto de Londrina devem encerrar os inquéritos e encaminharem à Justiça nos próximos dias. Em Guarapuava as mulheres devem responder por tentativa de substração de incapaz, homicídio qualificado e tentativa de homicídio. Em Londrina, devem ser indiciadas por tentativa de subtração de incapaz.