O Ministério Público do Paraná (MPPR) informou nesta quinta-feira (15) que pode oferecer denúncia contra os suspeitos de matar a adolescente Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, nos próximos 15 dias. O crime aconteceu no final de junho, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), e as investigações já sofreram uma série de reviravoltas.
Segundo o promotor Paulo Markowicz de Lima, o MPPR recebeu novas provas. Por isso, apesar de o delegado responsável pelo caso, Guilherme Rangel, ter pedido a prorrogação do prazo de entrega da segunda versão do inquérito para mais 30 dias, há a possibilidade de o próprio MPPR já iniciar o processo.
"Chegaram novos elementos e é isso que nós vamos analisar. Podemos realizar novas diligências durante esses 15 dias que temos para verificar o inquérito. Há uma expectativa positiva por parte do MP, mas não podemos adiantar nada. Tanto há a probabilidade de iniciarmos o processo como também de esperarmos mais algum elemento de prova", afirmou Lima.
De acordo com ele, esses elementos podem vir a confirmar a existência de outras pessoas relacionadas ao crime, além dos quatro suspeitos presos no início das investigações, que depois relataram ter sofrido tortura para confessar a suposta participação no assassinato. "Em relação à efetividade das provas contra eles e contra terceiros, nós agora vamos analisar, de modo a validarmos a asuficiência".
O promotor disse, porém, que não pode adiantar quais provas são essas, pelo fato de o caso correr em segredo de justiça. "Nós vamos fazer uma reunião com alguns agentes públicos para lembrar que, embora haja interesse da população em saber do caso, existe possibilidade de pessoas que divulgaram informações responder a processos, porque a juíza pediu sigilo", completou.
O crime - O corpo de Tayná foi encontrado no dia 28 de junho em um matagal na Rua Márcio Cardoso, em Colombo, após quase 15 horas de busca. A adolescente estava sumida desde a noite da terça-feira anterior (25), quando saiu de casa para se encontrar com uma amiga. Por volta das 20h30, ela enviou mensagem ao celular da mãe avisando que voltaria logo, mas acabou não aparecendo. A família registrou boletim de ocorrência no mesmo dia.
Antes mesmo de o corpo ser encontrado, os quatro homens, todos funcionários de um parque de diversões itinerante, foram detidos. Na época, a polícia chegou a afirmar que eles teriam confessado a participação no suposto estupro e na morte da garota.
Apesar da acusação, o Instituto de Criminalística apontou mais tarde que o sêmen encontrado no corpo de Tayná não era de nenhum dos quatro, o que gerou reviravolta no caso. Mais tarde, eles disseram que passaram por tortura e que foram forçados a assumir a culpa. Um deles teve que ser removido para o Complexo Médico Penal com problemas de sangramento no intestino.
Os então acusados foram soltos da Casa de Custódia de Curitiba no dia 15 de julho e permanecem sob proteção em outros estados do Brasil. (Com informações do repórter Rubens Chueire Jr., da Folha de Londrina)