Polícia

MP é contra prisão domiciliar de fugitivo baleado pela PM

14 mai 2019 às 09:36

O promotor Ródney André Cessei se opôs à possibilidade de David Thiago de Souza Lima, 23 anos, em deixar o HU (Hospital Universitário) e cumprir a pena por furto em casa, como pretende sua defesa. O rapaz foi internado depois de fugir de uma tentativa de abordagem da Polícia Militar no jardim Ana Terra, zona oeste de Londrina, e ser baleado na perna. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, ele está bem, respira sem a ajuda de aparelhos e deve passar por cirurgia ainda nesta terça-feira (14).


Por determinação do major Nelson Villa, comandante da 4ª Companhia Independente, os PMs que atiraram foram afastados do patrulhamento de rua. Eles deverão apenas cumprir serviços administrativos. A decisão aconteceu depois da divulgação de um vídeo nas redes sociais que mostra o jovem atingido pelos disparos. Os agentes são investigados em um IPM (Inquérito Policial Militar), que pode ser concluído em até 40 dias.


O futuro de David Lima ainda será decidido pelo juiz da 3ª Vara Criminal, Juliano Nanuncio. O Ministério Público disse que é contra a prisão domiciliar dele porque a advogada Aline Kerolin Capocci "não apresentou nenhum fato que justifique o relaxamento da detenção preventiva (que vale por tempo indeterminado)", escreveu o promotor.


Com o acusado, os policiais asseguram que encontraram uma pistola 9mm. Para a defesa, a versão é contraditória ao que realmente teria acontecido. Porém, segundo Cessei, "eles (PMs) não mentiram em seus depoimentos. A prisão por posse de arma de fogo e também um colete balístico comprova a gravidade de sua conduta. O quadro é pior se considerarmos a postura dele (David Lima) e seu comparsa no momento da chegada dos policiais à casa onde ele estava escondido, quando atiraram contra os soldados. Isso tudo mostra sua periculosidade e audácia, o que somente confirma que sua liberdade nitidamente põe em risco a ordem pública".

David Lima é um dos sete presos que escaparam da Delegacia de Bela Vista do Paraíso em abril. Eles furaram a parede da carceragem, acessaram o pátio de sol e pularam o muro.


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