O delegado Edgard Soriani da Delegacia de Trânsito da Polícia Civil de Londrina concluiu o inquérito e indiciou o empresário Janildo de Assis Júnior por homicídio duplamente qualificado. Ele era o condutor da caminhonete Amarok que atropelou o fotógrafo Wilton Mitsuo Miwa e arrastou a moto na avenida Ayrton Senna, na Gleba Palhano (zona sul), na noite de sexta-feira, 21 de outubro. O motociclista morreu no dia 29 do último mês ou uma semana depois de ficar internado em estado gravíssimo na UTI do Hospital Evangélico. Já o inquérito será encaminhado ao Ministério Público que poderá oferecer denúncia.
Morre motociclista atropelado por Amarok na avenida Ayrton Senna em Londrina
De acordo com Soriani, após ouvir testemunhas e analisar imagens de câmeras de segurança, a investigação concluiu que houve homicídio doloso, com impossibilidade de defesa à vítima e por motivo fútil. "O motivo fútil é que o crime foi motivado por uma discussão de trânsito. O condutor da caminhonete foi indiciado pelo dolo real com a intenção de praticar o homicídio ao atirar seu veículo em cima do motoclista. O veículo foi uma arma que ele utilizou para causar a morte da vítima, o que restou comprovado inclusive por múltiplas fraturas no laudo de necropsia."
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O delegado informou que o empresário ainda poderá responder por embriaguez ao volante. Esse agravante só não foi incluído no mesmo inquérito, pois houve divergência nos depoimentos dos bombeiros que prestaram atendimento durante o grave acidente. "Haja vista que os bombeiros que fizeram o atendimento do condutor da caminhonete demostraram sintomas de embriaguez, como fala desconexa, hálito etílico, fala pastosa e confusão mental, que são indícios que demostram eventual embriaguez ao volante. Já outros dois bombeiros que atendera, a vítima que estava em situação mais grave só constatou o hálito etílico."
Outras testemunhas relataram que o condutor da caminhonete chegou em alta velocidade na avenida, cortando o trânsito e tentando avançar o sinal. Após isso virou uma discussão acalorada entre o condutor da caminhonete e o motociclista. Quando abriu o sinal, o motorista teria jogado o carro propositalmente para cima da moto e intencionalmente causado a colisão, como concluiu o inquérito.
Procurado pela FOLHA, o advogado de Janildo de Assis, o criminalista Walter Bittar, disse que ainda não teve acesso ao relatório do inquérito e, por isso, não tem como fazer uma manifestação da defesa neste momento.
O ACIDENTE
Após atingir a moto e derrubar a vítima, o condutor da Amarok tentou fugir do local do acidente pela avenida Ayrton Senna , mas a moto ficou enroscada e foi arrastada pela caminhonete por quase dois quilômetros. Outros motociclistas que passavam pelo local presenciaram a situação e foram atrás empresário, que foi contido e até agredido pelo grupo.
O delegado apurou que o empresário investigado já se envolveu em outro acidente de trânsito numa rodovia em 2012, que resultou na morte de uma pessoa. O inquérito, porém, foi arquivado em 2018 sem constatação de culpa do investigado.