O adolescente A.E.A., 16 anos, que foi preso na noite de sábado em Curitiba e que acompanhava o estudante Anderson Froese de Oliveira, 18 anos, morto com um tiro na cabeça disparado por policiais militares, alega que sofreu tortura psicológica para confirmar na delegacia a versão de que seu colega teria atirado contra os policiais. Os policiais que dispararam contra Anderson alegam que foi ele quem reagiu à abordagem policial com tiros. Isso teria motivado a ação dos policiais.
Nesta terça-feira, o delegado da Delegacia de Homicídios, Sebastião Ramos Santos Neto, disse que além do inquérito para apurar a morte de Anderson está sendo instaurado um inquérito para apurar a denúncia do menor que alega ter sofrido tortura psicológica.
O incidente aconteceu na madrugada de sábado. Anderson estava com um grupo de amigos, todos adolescentes, quando a polícia chegou, procurando um grupo acusado de tentar assaltar um restaurante. Pela versão dos policiais militares, Anderson teria reagido à abordagem, atirando contra os policiais, que também reagiram disparando suas armas. Anderson levou um tiro na cabeça e morreu. A.E.A. foi levado para a Delegacia do Adolescente. Outros dois rapazes fugiram.
Com os rapazes teriam sido encontrados um revólver Rossi calibre 38 e uma pistola 380. A família e amigos do estudante afirmam que Oliveira trabalhava como gráfico e nunca teve armas. Os parentes pediram um exame de criminalística para saber se o jovem tinha marcas de pólvora na mão. O resultado do exame, no entanto, ainda não foi divulgado.