O secretário de Educação, Valdecir Nath, lamentou a tragédia envolvendo a criança Maria Clara Zortea Ramalho, de seis anos de idade, e emitiu, no início da tarde desta terça (29), nota informando a trajetória da menina enquanto aluna na rede municipal de ensino de Cascavel.
De acordo com levantamento realizado pela Secretaria de Educação, Maria Clara frequentou a pré-escola durante todo o ano letivo de 2013 na Escola Municipal Aloys João Mann, no Bairro Cancelli. Os documentos do estabelecimento de ensino comprovam a frequência da criança com assiduidade. Esporadicamente ela faltava, em virtude da idade ou até mesmo devido às condições climáticas, principalmente no inverno.
"A escola informou que durante todo o ano letivo a aluna não apresentou problemas, conforme apontam os relatórios pedagógicos. Além disso, em nenhum momento foi evidenciado qualquer comportamento diferente da aluna ou mesmo sinais de agressão", disse o secretário.
Segundo ele, em dezembro de 2013 a mãe efetivou a matrícula da criança no 1º ano do Ensino Fundamental, conforme cronograma de matrículas da escola, sem apresentar nenhum problema. Porém, em 7 de fevereiro de 2014, um dia antes de iniciar as aulas deste ano, a mãe solicitou e retirou a transferência da criança justificando que estaria de mudança para Guaratuba, região do litoral do Paraná, conforme aponta o relatório de transferências da escola.
"Dentro da normalidade - até porque não havia nenhum problema relacionado com a menina - a transferência foi expedida. A partir dessa data, a Secretaria de Educação não tem como buscar qualquer informação, uma vez que a pessoa responsável, neste caso a mãe, retirou toda documentação da escola", explica Nath.
Ainda segundo o secretário, alguns dias após o pedido de transferência, a escola foi informada de que a mãe e a menina estariam residindo em Cascavel e que a criança estava fora da escola. Imediatamente a direção da escola entrou em contato com a mãe e essa informou que já estava mudando e alegou que a documentação da casa em que ia residir em Guaratuba ainda não estava pronta.
Mesmo assim a direção da escola comunicou o fato ao Programa de Evasão, Rede de Atenção e Proteção Social e ao Conselho Tutelar, conforme documentos arquivados na escola e na Secretaria de Educação. Várias visitas na casa foram realizadas pela equipe da escola, Conselho Tutelar e Programa de Evasão. A criança e a mãe não foram encontradas, o que levou a acreditar que, de fato, elas teriam se mudado.
"Resta esclarecer que a escola tomou todas as medidas necessárias e cabíveis, uma vez que após a transferência não tinha necessidade de fazer nenhum encaminhamento para o caso, pois a mãe retirou os documentos. Porém, não se manteve alheia quando recebeu denúncias sobre a criança estar fora da escola e fez os encaminhamentos necessários, que não lograram êxito, pelo fato da família não ter sido encontrada", acrescentou o secretário.
Segundo a imprensa a mãe residia em São João do Oeste, porém lá nunca procurou a escola para realizar a matrícula da criança e, segundo a equipe da escola, a criança é desconhecida no distrito.
Valdecir Nath voltou a frisar que a orientação da Secretaria de Educação e do Programa de Evasão, Rede de Atenção e Proteção Social é de que as escolas informem qualquer situação atípica que envolva alunos da rede, como faltas frequentes, mudança de comportamento na criança ou sinais de agressão, a fim de detectar precocemente qualquer violência e evitar tragédias como essa.