Um aluno de uma escola de Cambé (Norte) teve sua bicicleta furtada no pátio da instituição. Até aí uma situação anormal mas possível de acontecer. O que chama a atenção nesta história é que ao ''investigar'' onde poderia ter ido parar sua ''magrela'' o garoto recebeu a proposta de pagar um resgate de R$ 50 para tê-la de volta.
O adolescente contou que chegou à escola na noite de terça-feira (25) e deixou a bicicleta por alguns minutos no pátio. Ele teria ido na sala da secretaria para pegar seu boletim com as notas do bimestre e ao retornar ao local já não encontrou mais a bicicleta. ''Eu vi que tinha uns moleques olhando e nem queria deixar minha bicicleta sozinha mas foi tudo muito rápido'', disse, completando que esta foi a segunda vez que isso aconteceu com ele.
O aluno acionou a Patrulha Escolar e uma viatura fez rondas nas proximidades da escola mas nada foi encontrado. A bicicleta tinha sido comprada de ''segunda mão'' e valia cerca de R$ 700. ''Fazia uns sete meses que estava com ela'', comentou. O adolescente disse que no dia seguinte começou a procurar por conta própria e um ''amigo'' disse que sabia onde encontrá-la ''mas que a pessoa queria R$ 50''.
O garoto afirmou que não iria denunciar nada à Polícia porque tinha medo de ser perseguido depois, caso os envolvidos fossem parar na delegacia. ''Vou entregar os moleques como se vivo aqui no bairro?'' De acordo com ele, outros adolescentes do bairro já teriam passado por situação semelhante.
Extorsão
O comandante da 4ª Companhia do Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária, capitão Walter João Marques Luiz, informou que os furtos em escolas acontecem mas não são comuns. Segundo ele, desde o início das aulas nos mais de 100 colégios públicos atendidos em Londrina, Ibiporã e Cambé teriam sido registradas 21 ocorrências mas só 15 geraram boletins de ocorrência.
Os bens mais furtados são celulares, bonés, canetas e lapiseiras. Ele garantiu que nunca teve relato de pedido de resgate para devolver um bem furtado ou roubado de estudantes. ''Os pais, o responsável ou a escola devem contatar a Polícia Militar ou Civil e denunciar o crime para que seja montada uma ação para prender o criminoso que pratica a extorsão'', observou.
O capitão orientou que os alunos carreguem sempre consigo os objetos de maior valor e aqueles que usam bicicleta para ir e voltar das aulas devem usar cadeado sempre que tiver que estacioná-la em algum lugar. No trajeto de casa à escola e vice-versa, a dica é andar sempre em grupo. ''Assim como as pessoas, os estudantes devem dificultar ao máximo a ação dos marginais'', apontou.
A reportagem tentou contato com a direção da escola, mas ninguém atendeu os telefonemas.