Detido desde agosto do ano passado depois de ser flagrado por uma equipe da Polícia Militar com dinamites e drogas no jardim Olímpico, zona oeste de Londrina, José Rafael Vulcão foi condenado a cumprir pena por 10 anos, três meses e 20 dias em regime fechado. A decisão foi proferida em audiência pelo juiz da 5ª Vara Criminal de Londrina, Paulo César Roldão, e levou em conta os dois crimes cometidos (tráfico e posse de munição) pelo réu no mesmo episódio apreciado pelo magistrado.
De acordo com o Ministério Público, que pediu pela condenação, Vulcão foi avistado depois que a PM chegou no Olímpico para confirmar a informação de comércio de drogas no local. O preso estava na Rua do Basquetebol, mas tentou fugir da abordagem policial. Na revista, a polícia afirma ter encontrado R$ 40, mas as buscas realizadas no interior da casa de Vulcão resultaram na apreensão de 29 porções de maconha, 10 pinos de cocaína, uma balança de precisão e uma faca.
Ainda vasculhando o imóvel, a polícia encontrou oito artefatos explosivos da marca Pentex CD-255 e 45 metros de cordel. Contrapondo a versão do Ministério Público, a defesa alegou a ausência de provas para incriminar Vulcão, que negou os fatos tanto em interrogatório colhido na fase da elaboração do inquérito policial quanto em juízo. Ele disse que as drogas apreendidas pertenceriam a um rapaz que já estava preso. No entanto, o réu comentou que "não poderia fornecer o nome".
A tese apresentada por Vulcão foi classificada pelo juiz da 5ª Vara Criminal como "contraditória, tanto que, na fase policial, transferiu a responsabilidade da droga para um homem que estava detido, mas em juízo mudou os fatos na tentativa de se eximir de sua responsabilidade". Antes de ser preso, Vulcão estava foragido. Os policiais militares, arrolados como testemunhas de acusação no processo, reforçaram as versões já apresentadas.
A mãe e namorada de Vulcão informaram ao juiz que "o acusado teria dormido na casa de sua mãe, em companhia de sua namorada, sendo que pela manhã do dia seguinte, ao levá-la para o ponto de ônibus e ver a viatura policial, teria fugido para o interior da residência". No entanto, as duas sequer esclareceram sobre a origem das dinamites apreendidas. "Não há dúvidas em considerar que os objetos pertencem ao réu", completou Roldão. Por conta de ser reincidente, Vulcão não terá direito em responder pelos crimes em liberdade.