Polícia

Grupo pede doações para pagar defesa de suspeitos de participarem de chacina

19 mai 2016 às 10:23

Um grupo de policiais militares organizou uma comissão para apoiar colegas presos no último dia 13 em Londrina, suspeitos de participarem da série de assassinatos ocorrida no dia de 30 de janeiro. Na ocasião, 10 pessoas foram mortas e outras 15 ficaram feridas em tiroteios após o assassinato de um PM.

A página nomeada "Militares PMPR" pede colaboração em dinheiro para familiares, amigos e simpatizantes com a categoria a fim de pagar a defesa de cinco militares detidos. O valor dos honorários advocatícios está calculado em R$ 200 mil. "Tal defesa se dará em todas as fases do inquérito policial e da ação penal, em todos os graus possíveis de jurisdição, bem como em eventuais procedimentos administrativos que, porventura, recaírem sobre eles", diz o comunicado.


A comunidade informa que o valor é razoável, dentro das expectativas do mercado. "Convocamos (...) a realizar as contribuições que lhe foram convenientes, na medida da possibilidade de cada um, sempre com intuito de união e demonstração de força moral, a fim de que possamos reparar as lesões das injustiças infligidas em nossos irmãos de farda", finaliza a nota.


A conta para depósito é: CC: 1480-X Ag: 8450-6 Variação: 51, em nome de Jefferson Marcel Braz. Os integrantes da comissão responsável pela iniciativa não quiseram se pronunciar sobre o assunto.


Relembre as prisões


Foram cumpridos sete mandados de prisão temporária, 25 de busca e apreensão e sete de condução coercitiva. Um dos mandados de busca e condução coercitiva foi executado na casa do capitão Ricardo Eguédis. Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), dos sete conduzidos coercitivamente, três policiais tiveram suas funções suspensas, entre eles o capitão Ricardo Eguedis.


Seis policiais militares foram presos temporariamente. Os nomes dos envolvidos chegou a ser divulgado, mas não houve confirmação por parte da Sesp ou do 5º BPM. Um empresário da cidade também foi preso por porte ilegal de arma.


O secretário estadual de Segurança Pública, Wagner Mesquita, informou que as investigações ainda vão detalhar se os policiais presos ou convocados a prestar depoimento teriam participação direta nos homicídios. Também foi confirmada que houve ocultação de provas para atrapalhar as diligências.


Embora ainda não se consiga apontar a autoria dos disparos contra as vítimas, os policiais militares investigados são suspeitos também de alterar os locais de crimes recolhendo, por exemplo, as cápsulas disparadas e até imagens de câmeras - provas que poderiam auxiliar na identificação dos criminosos.

A investigação apontou ainda fortes indícios de falsos confrontos nos quais os policiais militares detidos teriam participado. Todo o procedimento investigatório foi acompanhado de perto pelo Ministério Público.


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