Polícia

Grávida baleada na barriga é acusada de planejar assalto

11 set 2007 às 18:27

A Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) recebeu nesta segunda-feira (10) cópias de uma gravação telefônica que pode mudar os rumos da investigação do caso de uma grávida baleada durante assalto a um posto de combustíveis, em maio, em Curitiba. De acordo com a gravação, feita por um dos acusados do crime, a funcionária do posto Patrícia Cabral da Silva, 22 anos, teria sido a mentora do assalto, inclusive pedindo que um dos assaltantes a ferisse para que pudesse receber uma indenização.

As fitas foram entregues ao delegado-chefe da DFR, Rubens Recalcatti, pelo advogado José Carlos Veiga, que representa dois dos três acusados de participação no assalto: Luís Carlos Cândido, 31, e Sidimar Tiago Oliveira, 26. Outro acusado é Márcio Leandro Resende, 23. Apenas Oliveira está preso. Veiga conta que Cândido e Oliveira o procuraram porque estariam incomodados com a grande repercussão que o caso ganhou na imprensa. O assalto foi destaque nacional porque Patrícia, grávida de 5 meses na ocasião, foi baleada na barriga. A criança, uma menina que ganhou o nome de Angelina, nasceu no último dia 20.


Segundo Veiga, Cândido e Oliveira afirmaram que a idéia do assalto teria partido de Patrícia. ''Eles contaram que eram frequentadores do postos e foram abordados pela Patrícia, que disse para eles aparecerem no dia tal, a tal hora, em que haveria uma certa quantia no cofre'', afirma o advogado, acrescentando que a funcionária teria dado detalhes sobre o funcionamento do posto. O assalto acabou acontecendo na madrugada de 14 de maio, quando Patrícia foi baleada na barriga.


Orientado pelo advogado, Cândido ligou para uma mulher, que ele garante ser Patrícia, e gravou o telefonema. Na diálogo, Cândido afirma que o ''plano'' não teria dado certo e se diz preocupado com uma possível prisão. A suposta Patrícia tenta tranquilizar Cândido, afirmando que diria à polícia que não tinha visto o acusado durante o assalto. No fim da conversa, a mulher ainda diz que iria pedir uma indenização de R$ 150 mil por ter sido baleada enquanto trabalhava.


Segundo o conteúdo da gravação os acusados não sabiam que Patrícia estava grávida.


Para Veiga, a gravação tem peso de prova. Mas o delegado Recalcatti, afirmou que somente se manifesta sobre a suspeita depois que as fitas forem periciadas pelo Instituto de Criminalística. Segundo o delegado, não existe um prazo para a conclusão da perícia. Questionado se as investigações da DFR já haviam levantado alguma suspeita sobre Patrícia, Recalcatti foi enfático. ''Não há nada nesse sentido nos autos'', disse.

Patrícia não foi localizada pela reportagem da Folha de Londrina. Os proprietários do posto também não foram encontrados.


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