O Gaeco (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado), do MP-PR (Ministério Público do Paraná), cumpre, desde a manhã desta quarta-feira (6), seis mandados de prisão, um mandado de imposição de medidas cautelares e sete mandados de busca e apreensão na segunda fase da Operação Mar Vermelho.
Desse total, quatro mandados de prisão são dirigidos a policiais militares da Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas) de Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina) investigados por um homicídio ocorrido no Município em 10 de setembro de 2021.
Informações preliminares apontam que um dos policiais já estava preso em razão da primeira fase da Operação, enquanto os outros três usavam tornozeleira eletrônica.
As ordens judiciais foram expedidas pela Vara Criminal de Ibiporã e cumpridas em Ibiporã (quatro) e Alvorada do Sul (três) com o apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Militar.
O CRIME
Inicialmente registrado como um confronto policial que terminou com uma morte, o crime da execução de um homem, segundo as investigações conduzidas pelo Gaeco, aconteceu mediante pagamento.
De acordo com as apurações, três integrantes de uma família moradora de Bela Vista do Paraíso (Região Metropolitana de Londrina) – entre eles, uma ex-vereadora – teriam contraído uma dívida de aproximadamente R$ 180 mil com agiotas de Londrina.
Após a dívida se acumular e em razão das cobranças, os integrantes da família contrataram os policiais militares para que executassem dois agiotas que os estavam pressionando pelo pagamento. O valor estipulado para a execução dos alvos foi de aproximadamente R$ 100 mil.
A partir disso, os familiares teriam atraído os dois agiotas até Ibiporã e combinado de encontrá-los em um conhecido estabelecimento comercial, tudo previamente combinado com os policiais militares da Rotam que estavam de serviço na cidade.
Após a entrega do dinheiro, a poucos metros de distância, um dos agiotas foi abordado e executado pelos policiais militares.
NOVOS FATOS
Ao longo das investigações, foram descobertos fatos novos que permitiram a formulação do pedido de prisão – entre eles, o de que, instantes antes da prática do crime, os policiais estiveram em um estabelecimento comercial vizinho e determinaram que as câmeras de monitoramento fossem desligadas, para evitar que a ação criminosa fosse gravada.
Além do pedido de prisão preventiva, o Ministério Público também solicitou a remoção de um dos policiais presos para o Complexo Médico Penal, em razão de sua periculosidade e do risco de fuga, o que foi determinado e já cumprido.