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Festival de Dança de Londrina

Espetáculo com homem nu quase termina com artista na delegacia

Luís Fernando Wiltemburg - Redação Bonde
15 out 2017 às 12:46

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- Fabio Alcover
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Uma apresentação do Festival de Dança de Londrina terminou na delegacia na noite deste sábado (14), em Londrina. A Polícia Militar foi acionada após uma moradora ter reclamado da apresentação do artista curitibano Maikon K, no Lago Igapó. No espetáculo DNA de Dan, ele fica nu dentro de uma bolha de sete metros, enquanto seu corpo é coberto por uma substância translúcida. O próprio artista só não foi levado proque o público intercedeu e não permitiu o encerramento prematuro do espetáculo.

Segundo a coordenadora-geral do festival, Danieli Pereira, o espetáculo já circula por todo o Brasil há quatro anos. Na performance, o artista começa nu, mas a uma distância aproximada de 15 metros do público. No decorrer, o gel gruda no corpo dele e, depois, começa a descamar. No último ato, quem quiser, pode ingressar na bolha. Danieli ainda afirma que o espetáculo é aconselhável para maiores de 16 anos, idade mínima para interagir com o artista no ato final. A performance inteira dura cerca de quatro horas.

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A organização do evento ainda dispôs avisos nas vias de que ocorria uma apresentação artística com nudez, para possibilitar que quem se sentisse desconfortável pudesse desviar do trajeto. Mesmo assim, no ato final, policiais militares foram até o local da apresentação, afirmando que cumpriam um atendimento a uma reclamação de ato obsceno, feito por uma moradora que teria visto o artista da janela de seu apartamento.

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Fabio Alcover
Fabio Alcover


O público impediu a aproximação da PM até o artista. "A atuação da polícia foi calma e respeitosa em relação à coordenação do festival. Mas houve, de fato, este confronto. O público queria que a performance chegasse ao final, como de fato chegou, e o público impediu e protegeu o artista para que não fosse levado à delegacia", explica Danieli. Não houve protestos contrários à apresentação.

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De acordo com ela, havia, no momento do incidente, entre 120 e 150 pessoas assistindo à apresentação, mas ela calcula que ao menos 500 passaram pelo local nas quatro horas de apresentação. Na Polícia Civil, houve registro de termo circunstanciado (TC) pelos coordenadores do festival.


O que diz a Polícia Militar

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O setor de comunicação social da Polícia Militar em Londrina informou que agentes da corporação seguiram para o Lago Igapó "para verificar uma ocorrência de ato obsceno" após receberem diversas solicitações na central de comunicação. "Quando os policiais chegaram no evento, o povo se aglomerou em cima do apresentador e o escondeu. Os organizadores se apresentaram aos policiais e voluntariamente foram até à DP [Delegacia de Polícia] para serem ouvidos pelo delegado de plantão."


A nota da PM ainda esclarece que "à Polícia Militar compete somente o encaminhamento à Polícia Civil. A autuação ou não dos envolvidos no evento, caso haja a constatação de crimes [neste caso, ato obsceno] ocorre conforme o entendimento do delegado de plantão, o qual verifica também as devidas autorizações legais".

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Nova manifestação


Para este domingo (16), manifestantes marcam nas redes sociais um protesto em favor do festival de dança e do espetáculo DNA de Dan. A manifestação deve ocorrer às 16h, na Concha Acústica, onde haverá apresentação da africana Fanta Konate.


No dia 15 de julho, Maikon K foi preso ela polícia do Distrito Federal durante a apresentação do DNA de DAN. Ele foi levado para a delegacia, onde assinou TC por ato obsceno. No relato em redes sociais, ele afirma ter sido agredido pelos policiais da capital federal.

(Atualizado às 14h04, para incluir a manifestação da Polícia Militar)


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