Mais uma escuta telefônica realizada pela Polícia Federal pode comprometer o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Paulo Medina.
A escuta revela que o magistrado teria antecipado o voto em um julgamento de uma ação e orientado os advogados do réu.
Em dezembro do ano passado, o ministro teria conversado com o advogado Paulo Mello sobre um pedido de habeas corpus para o diretor do Minas Tênis Clube, Fernando Furtado Ferreira, acusado de usar uma carteira de policial falsa em Minas Gerais. As informações foram publicadas nesta terça-feira (01) pelo jornal "O Globo".
Ainda de acordo com o jornal, na conversa, Medina teria pedido mais detalhes sobre o caso e informado que usaria, no julgamento do pedido de habeas corpus, a tese de que Fernando Furtado Ferreira portava o documento, mas não se apresentou como policial.
Mello negou que o ministro tenha antecipado seu voto e classificou de "bobagem" o episódio.
A polícia também suspeita que o ministro vendeu uma liminar por R$ 1 milhão para favorecer donos de casa de bingos. O irmão dele, o advogado Virgílio Medina, foi preso durante a Operação Furacão, no dia 13 de abril, apontado no inquérito da PF como lobista da máfia dos caça níqueis nos tribunais. Virgílio foi um dos advogados da ação que motivou a liminar concedida pelo seu irmão liberando 900 máquinas caça níqueis apreendidas no Rio de Janeiro. A liminar teria sido ''vendida'' para a quadrilha pelo ministro.
Paulo Medina só volta ao tribunal no dia 18 de maio, período em que se encerra a licença médica.