Policiais da Corregedoria da Polícia Civil realizaram a Operação Cerberus, na manhã desta terça-feira (4), em Curitiba. Foram presas 13 pessoas e cerca de dez mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Entre os presos está a escrivã Iolanda Machado Carriel ,que passou no concurso público há 20 anos, com nome falso de Ana Luiza Carriel Maciel, ela chegou a se aposentar por invalidez. Mais dois policiais civis, parentes de Iolanda, além de outras pessoas também foram detidas. Outros dois mandados de prisão devem ser cumpridos nos próximos dias.
Participaram da operação o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), a Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), o Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) e policiais do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público. Segundo informações da polícia, Iolanda é suspeita de cometer fraudes, entre falsificações de identidades e estelionato. Foram apreendidos ainda diversos documentos.
DENÚNCIAS
De acordo com a delegada Daisi Terezinha Dorigo Barão, que coordenou as investigações, em 2005 e 2006 surgiram denúncias que a escrivã estava com nome falso, mas elas foram arquivadas por falta de provas. "Há pouco mais de dois anos, surgiu nova denúncia mais contundente e conseguimos instaurar inquérito", disse. A investigação envolveu o Paraná, Santa Catarina e São Paulo.
Ainda segundo a delegada, a escrivã tinha várias empresas com o nome verdadeiro e com o falso. "Como os nomes eram diferentes, ela realizava diversas transações entre as empresas. Agora nós vamos investigar qual era a vantagem e os benefícios que ela tinha com isso."
NOME FALSO
Para conseguir o nome falso, a escrivã utilizou instrumento legal. "Se uma pessoa não tem certidão de nascimento, ela vai até um cartório e requer uma, junto com duas testemunhas. Para que isto ocorra, um juiz deve autorizar. Desta maneira ela mudou de nome e, com um documento verdadeiro, fez o concurso", explicou a delegada.
Iolanda Machado Carriel nasceu em Guarapuava, região central do Estado. Antes de prestar o concurso para escrivã, casou e foi morar na cidade de Tuiuti (SP). Depois de se separar do marido, ela foi para a cidade de Ivaiporã, no norte do Paraná, e lavrou uma certidão de nascimento com um terceiro nome de Ana Lúcia Machado Maciel. "Este nome na verdade era da mãe dela. Com esta nova identidade ela casou novamente", contou a delegada.
As duas filhas da escrivã também fizeram documentos falsos para abrir empresas. "A audácia chegou a tal ponto que, em 2001, ela foi até a cidade de São José (SC) e fez uma identidade com o nome verdadeiro e uma das filhas com o nome de uma tia falecida", disse.
Agora a polícia vai investigar qual a ligação das pessoas presas com Iolanda. Além disso, a investigação segue para saber o que ela fazia com estas empresas com diversos proprietários. A identidade das outras pessoas detidas não será revelada pela polícia para não atrapalhar as investigações. A polícia ainda não descarta a possibilidade de outras pessoas que foram presas terem nome falso.