Quando o expediente termina na Escola Municipal Eugênio Brugin, localizado na rua Jorge Ribeiro, no conjunto São Lourenço, zona sul de Londrina, o medo volta a tomar conta de diretores e professores que trabalham por lá. O receio é grande em receber novamente uma ligação dos setores de segurança informando que a unidade escolar foi 'visitada' por vândalos que não perdoaram nem a merenda das crianças.
É assim que tem sido a rotina dos funcionários da escola, pelo menos nos primeiros 15 dias de março. Até agora, foram cinco arrombamentos. No início do mês, os bandidos reviraram a cozinha, jogando panelas para todo lado, e levaram um pouco de carne. A situação foi pior nas três últimas depredações, quando os criminosos furtaram material de limpeza, álcool, óleo de cozinha e até bolachas.
Conviver com a criminalidade desse jeito alterou a distribuição da merenda escolar. Em um dia, os alunos foram servidos apenas com bolachas. Quando há arrombamentos, a direção tenta readaptar com as guarnições que sobraram. Nesse caso, o prejuízo foi tão grande que nem a reposição pode ser feita.
Há quase um ano, os moradores do São Lourenço, boa parte pais que possuem filhos estudando na Eugênio Brugin, protestaram contra o aumento dos furtos e roubos. A manifestação percorreu várias ruas do bairro. Só em janeiro do ano passado, a escola municipal foi arrombada seis vezes.
De acordo com a secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes, a estratégia para diminuir a onda de violência na Eugêio Brugin não é nova: envolvimento com os moradores. "Está sendo estudada a possibilidade de organizarmos uma manifestação como a do ano passado. É preciso sensibilizar para que esses problemas parem de acontecer", disse.