Os deputados estaduais do Paraná faltaram, juntos, a 910 sessões deliberativas em 2014, o que corresponde, na média, a 14,93% das 113 plenárias ordinárias realizadas entre fevereiro e dezembro. O número foi obtido pela FOLHA com base no registro feito no Portal da Transparência da Assembleia Legislativa (AL) do Estado. Para realizar o levantamento, a reportagem considerou as 5.190 presenças computadas por todos os 57 parlamentares que exerceram mandato ao longo do ano, incluindo três suplentes, que também participaram de algumas votações. A sessão do dia 19 de agosto, cancelada devido ao falecimento do ex-deputado Edno Guimarães, não foi considerada na análise.
Apesar de a AL possuir 54 cadeiras, houve três trocas: Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) e Luiz Eduardo Cheida (PMDB) assumiram em março, após deixarem as secretarias do Trabalho e do Meio Ambiente, respectivamente, enquanto Felipe Lucas (PPS) chegou à Casa em abril, quando venceu uma disputa com Alceu Maron Filho (PSDB), acusado de infidelidade partidária. Os outros suplentes cujas situações foram acompanhadas, considerando sempre a participação proporcional, são Gilberto Martin (PMDB) e Luiz Carlos Martins (PSD).
O regimento interno da AL prevê que os membros da Casa tenham o valor correspondente a 1/30 de seus vencimentos abatido a cada sessão perdida. A regra, contudo, não vale para as faltas justificadas, que englobam, entre outras motivações, licença para tratamento de saúde, audiências com ministros e compromissos assumidos em nome do Legislativo. Das ausências contabilizadas em 2014, somente 191 se enquadram no critério utilizado para os descontos. Como os salários hoje giram em torno de R$ 20 mil, isso significa que a perda somada foi de aproximadamente R$ 127 mil.
DE OLHO NAS ELEIÇÕES
O levantamento aponta, ainda, uma diferença significativa entre os meses do ano. Em fevereiro, quando iniciaram os trabalhos em plenário, os deputados compareceram a 90,43% das votações. A porcentagem, contudo, foi diminuindo conforme se aproximava o período eleitoral. Mesmo com a decisão do presidente Valdir Rossoni (PSDB) de incorporar as pautas das quartas-feiras nas sessões das terças, liberando os candidatos à reeleição para visitar suas bases um dia antes durante praticamente toda a campanha, os índices em setembro e outubro foram os menores do ano: 75,93% e 75,62%, respectivamente. No mês que antecedeu o pleito, aliás, dez parlamentares tiveram mais faltas do que presenças.
Os casos mais graves são os de André Bueno (PDT), que não apareceu em nenhuma das sete plenárias realizadas, Dr. Batista (PMN), com 14,29% de comparecimento, Evandro Júnior (PSDB), também com 14,29%, e Caíto Quintana (PMDB), com 28,57%. Destes, o peemedebista foi o único a apresentar justificativas para todas as faltas. Luiz Eduardo Cheida (PMDB), Marla Tureck (PSD), Péricles de Mello (PT), Professor Lemos (PT), Stephanes Júnior (PMDB) e Toninho Wandscheer (PT) completam o grupo dos "turistas de setembro". Todos eles foram a 42,86% das sessões. Quintana, Cheida, Marla e Stephanes não se reelegeram. Já Toninho migrará para a Câmara Federal em fevereiro.
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