O delegado Cristiano Quintas, que cuida do caso Tayná desde setembro, deve pedir, na quinta-feira (10) a prorrogação, por mais 30 dias, do prazo para entregar o inquérito de investigação da morte da adolescente de Colombo para o Ministério Público (MP) do Paraná. Esta é a segunda vez que a Polícia Civil pede a prorrogação do prazo.
A medida é tomada quando o delegado ainda acha necessário um tempo maior para realizar diligências e ouvir outras testemunhas. O MP terá, após o pedido feito por Quintas, 15 dias para analisar o que já foi apurado pela Polícia Civil e decidir se apresenta denúncia ou concede mais 30 dias para investigação.
De acordo com o MP, não há limite de vezes em que a Polícia Civil pode pedir novas prorrogações de prazo para entregar um inquérito concluído ao Ministério. Isso depende, segundo o MP, de cada caso, analisado pelos promotores. Caso o MP considere que há necessidade de novas diligências, concede o pedido à Polícia.
Morte da adolescente - Tayná Adriane da Silva foi morta aos 14 anos no final de junho de 2013 em Colombo, na região metropolitana de Curitiba. O corpo da jovem foi encontrado na quinta-feira (27). Um dia antes, quatro suspeitos foram presos acusados de estupro e morte da adolescente. Um inquérito chegou a ser feito e entregue ao MP com acusação contra os quatro.
Entretanto, por causa da falta de provas, alegada pelo MP, contra os quatro suspeitos e laudos do Instituto de Criminalística que apontaram que o sêmen dos acusados não era compatível com o que foi encontrado na garota fizeram o MP pedi uma nova investigação. Além disso, surgiu a denúncia de tortura contra os policiais que prenderam os acusados.
No dia 15 de julho, a Justiça concedeu liberdade aos quatro suspeitos. Eles teriam passado por sessões de tortura em duas delegacias, no Alto Maracanã, em Colombo, e em Araucária, na RMC. Um dos acusados teve que ser removido com ferimentos no intestino para o Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais.
Os suspeitos acusaram os policiais envolvidos na prisão de responsabilidade na tortura. Até o final do mês de julho, 21 pessoas, sendo um deles o delegado Sylvan Rodney, ex-chefe do Alto Maracanã, foram presas. A maioria eram policiais civis, além de um policial militar, dois guardas municipais de Araucária e uma escrivã.
O novo inquérito pedido pelo MP teve início com investigação comandada pelo delegado Guilherme Rangel, da Denarc (Divisão Estadual de Narcóticos), que havia pedido, no final de agosto, prazo de 30 dias para que o caso fosse melhor analisado. O delegado deixou a investigação em setembro e o inquérito passou para a Delegacia de Homicídios.