No primeiro dia de depoimento no processo por cárcere privado, sequestro e ameaça contra Eliza Samudio, a estratégia de defesa do ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes e de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, foi desqualificar a vítima. Os advogados Márcio Carvalho de Sá e Ércio Quaresma afirmaram que os depoimentos da vítima não deveriam ser levados em consideração. "Qualquer camelô de Belo Horizonte sabe que essa menina fazia filme pornô. Que crédito tem o depoimento de uma pessoa dessas? O comportamento dessa Eliza foge a qualquer padrão médio de ética e moral da sociedade", disse Quaresma.
Cinco testemunhas da acusação foram ouvidas no Fórum de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio. Milena Barone, amiga de Eliza, contou que a vítima sofreu uma tentativa de aborto quando estava grávida de cinco meses do atleta.
Bruno e Macarrão chegaram na sala de audiência algemados mas, por pedido da defesa, elas foram retiradas. Eles ficarão no Rio até o fim deste processo, que pode durar 30 dias. Ainda serão ouvidas 13 pessoas relacionadas pela defesa, entre elas o diretor de futebol do Flamengo, o Zico, a presidente do clube, Patrícia Amorim, o lateral Leonardo Moura, o ex-técnico Andrade e outros dois jogadores.
A defesa informou ainda que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que Eliza Samudio - que a polícia de Minas afirma estar morta - seja convocada para depor. "Ela vai ter que se apresentar e vamos fazê-la cair em contradição", disse. Indignado com a declaração, o advogado José Arteiro, que representa a mãe de Elisa, Sônia Moura, disse que a defesa de Bruno deve dizer onde Eliza está. "Se ele diz que ela está viva, ele então deve apresentá-la. A mãe vai adorar saber que a filha está viva".