Polícia

Conflito entre PM e MST termina com cinco feridos na região de Londrina

07 mar 2017 às 20:15

Vinte integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram presos na manhã desta terça-feira (7) em uma ação de reintegração de posse no Acampamento Herdeiros da Luta, em Porecatu (Região Metropolitana de Londrina). Durante o cumprimento do mandado judicial, houve conflito entre a Polícia Militar e os acampados. Dois policiais e três sem terra ficaram feridos.

De acordo com o MST, as famílias acampadas trabalhavam no campo quando a equipe da Polícia Militar chegou acompanhada por dois tratores que destruíram parte da lavoura. Revoltados, os sem terra se armaram com paus, pedras e ferramentas agrícolas. Enquanto os policiais disparavam balas de borracha, os sem terra revidavam, com pedradas em direção à tropa. Em menor número, os policiais recuaram. A PM informou que duas viaturas foram danificadas.


O coordenador nacional do MST no Paraná, Diego Moreira, considerou a ação um momento de desespero da Polícia Militar. "As famílias estavam trabalhando e a polícia chegou destruindo tudo, sem ao menos conversar. O pessoal foi para a plantação para impedir a destruição e foi recebido de forma brutal pelos policiais", relatou. Já a PM informou que cumpria mandado judicial e que cerca de 200 pessoas armadas tentaram impedir o trabalho policial das tropas do Choque e da Rotam.


As vinte pessoas detidas foram encaminhadas para a Delegacia de Porecatu e, conforme a PM, devem responder por desobediência, resistência à prisão e danos ao patrimônio público. Até o final da tarde desta terça, o delegado de Porecatu, Elisandro Souza Correia, aguardava a PM terminar o boletim de ocorrência. "Trata-se de uma reintegração de posse acompanhada pelo oficial de Justiça. Em seguida, as partes envolvidas serão ouvidas no inquérito", informou o delegado.

A área em que está instalado o Acampamento Herdeiros da Luta faz parte da antiga Fazenda Variant, pertencente a Usina Central do Paraná. Desde novembro de 2008, cerca de 400 famílias sem terra permanecem na propriedade. O MST informou ainda que as famílias devem permanecer acampadas e aguardar "pacificamente" pela criação de um assentamento no local.


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