Polícia

Cadeia na região de Londrina registra duas tentativas de fuga em menos de 24 horas

16 dez 2014 às 20:27

A Delegacia de Arapongas (região metropolitana de Londrina) vive o caos da superlotação de presos com 197 detentos dividindo o espaço destinado a 40 pessoas. Como consequência, duas tentativas de fuga foram registradas nesta terça-feira (16).

A falta de espaço nas celas fez com que um grupo formado por 30 detentos fossem realocados para o pátio de sol. Durante a madrugada, parte dos presos tentou fugir por meio de um túnel aberto no pátio em direção a carceragem. No entanto, os planos foram interrompidos quando os detentos se depararam com uma caixa de esgoto entupida.


De acordo com servidores que atuam na delegacia, o túnel ficou alagado e nenhum preso conseguiu escapar. Eles foram remanejados para outras celas e para um anexo que está sendo construído ao lado da delegacia.


À tarde foi registrada uma nova tentativa de fuga. Presos que estavam no pátio de sol fizeram uma pirâmide humana para pular os muros, mas foram vistos pelos funcionários. O motim mobilizou policiais civis e militares, além de guardas municipais de Arapongas.


O delegado de Arapongas, Marcelo Sakuma, classificou a situação como "calamitosa". "Isso tem que ser resolvido urgentemente. As condições são desumanas. Se houver uma fuga em massa em uma delegacia que fica no centro da cidade a gente não sabe o que pode acontecer", alertou.


Entre os detentos há 14 mulheres mantidas em celas separadas das que abrigam os homens. Após as tentativas de fuga, policiais apreenderam celulares e objetos utilizados pelos presos. "Temos câmeras, temos os agentes de segurança, mas eles sempre dão um jeito, encobertam os locais com lonas, fazem cavam durante a noite, cobrem o espaço. Um túnel como esse, de aproximadamente, 4 metros deve ter sido aberto em dois dias", comentou.


O delegado afirmou que os reparos necessários já foram executados no pátio da carceragem. Para ele, o ideal seria transferir, pelo menos, 30 presos da delegacia de Arapongas. "Eu fico indignado. Por que que uma cadeia na delegacia tem que suportar a superlotação onde não tem estrutura física e nem humana e uma penitenciária que é feita para isso com melhor estrutura e recursos humanos não pode superlotar? A penitenciária pode falar: 'Não vou receber presos porque está lotado". Eu não posso falar: "Não vou receber porque está lotado. Coloca o preso de volta na rua. Eles alegam que não têm vagas. E a gente? Vai parar de prender?", desabafou o delegado ao reclamar da falta de vagas para transferir parte dos detentos.

No final da tarde, um dos presos considerado pelos policiais como o líder do motim foi transferido para o 4º Distrito Policial de Londrina. O nome dele não foi revelado.


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