Entrou em coma na tarde desta terça-feira (02) a menina recém-nascida que foi atirada pela mãe no rio Arrudas, em Contagem (MG). De acordo com boletim médico divulgado pela diretoria da Maternidade Municipal, ela passou por exames que diagnosticaram comprometimento cerebral severo, devido ao tempo em que ela permaneceu sem respirar. A informação é da Folha Online.
Entre a noite de segunda-feira (1º) e a manhã desta terça-feira, ela sofreu hemorragia pulmonar e apresentou diversas convulsões. As convulsões pararam, segundo a maternidade. Segundo a médica Renata Graziela Soares, as convulsões podem ter sido decorrência da queda ou do tempo que ela ficou sem respirar, depois do parto. Ela respira com auxílio de aparelhos.
A bebê, chamada pela equipe médica responsável de Michele, foi encontrada boiando, por volta das 14 horas do domingo, por dois rapaz que passavam pelo local e a resgataram. Os jovens pularam no leito do Rio Arrudas quando ouviram uma menina de 9 anos chamar a mãe e dizer que havia uma boneca na água poluída do Ribeirão Arrudas.
Em depoimento prestado à polícia na tarde desta terça-feira, a mãe da criança, Elisabete Cordeiro dos Santos, de 25 anos, confessou ter jogado a menina no rio após o parto, que aconteceu no banheiro do barraco em que ela mora, às margens do Ribeirão Arrudas.
Na segunda-feira, quando foi presa, ela teria dito à polícia que deu à luz na madrugada de domingo, colocou a criança em uma sacola e a jogou no rio pela janela do barraco, de uma altura de 10 metros.
De acordo com o delegado Anderson Bahia, Elisabete afirmou que não queria mais a criança porque, segundo ela, não gostava mais do ex-namorado e pai do bebê, o servente de pedreiro Adenilson Pereira da Silva, de 29 anos.
"No depoimento a Elisabete confessa que tomou um remédio para forçar o aborto aos 4 meses de gestação e agora, para provocar o nascimento do bebê. Mas ela mudou a versão de que teria jogado a filha pela janela. Segundo ela, o bebê foi jogado do quintal, em uma área onde fica o tanque da casa", disse o delegado. Ainda de acordo com o delegado Bahia, Elisabete disse que só jogou a menina no ribeirão porque teria achado que a filha estivesse morta.
Após o depoimento, a Polícia Civil de Contagem indiciou Elisabete por tentativa de homicídio doloso (quando há intenção de matar).