O assassino de 21 anos anos planejava desde 2020 um massacre contra a escola Helena Kolody em Cambé (Região Metropolitana de Londrina). Em depoimento à Polícia Civil após a prisão em flagrante, o jovem informou que seu objetivo era atingir o maior número de vítimas possíveis, o mesmo modelo de massacres ocorrido em Suzano, interior paulista em 2019 e Columbine, nos Estados Unidos, em 1999.
Em entrevista coletiva na tarde dessa segunda-feira (19), o secretário estadual de Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, informou que o jovem, que deixou o colégio em 2014, alegou que teria sofrido bullyng na instituição escolar e que a motivação era se vingar. O jovem ainda informou que objetivo era atirar em adolescentes da mesma idade que tinha no período que frequentou o colégio e afirmou que não conhecia ou tinha qualquer vínculo ou relação com os dois adolescentes baleados durante o ataque planejado. "O indivíduo tinha bastante lucidez dos passos que pretendia realizar no planejamento desse crime. Ele alega que foi vítima de bullyng em 2014 e de lá para cá vem potencializando essa raiva e toda essa mágoa.".
Ainda segundo o secretário, o jovem informou em depoimento que adquiriu a arma de fogo, um revólver calibre 38 e mais de 50 munições na cidade de Rolândia a cerca de um mês e meio pelo valor de R$ 4.500,00. Já a machadinha encontrada na mochila apreendida pela polícia foi adquirida em Londrina no último sábado (17). "O objetivo dele era matar o máximo de pessoas possível e cometer o suicídio com a chegada das forças de segurança." O rapaz só não conseguiu retirar a própria vida após efetuar 16 disparos e causar pânico no pátio do colégio porque foi contido por um parente de um dos alunos até a chegada da polícia. Segundo o secretário, a Polícia Militar chegou ao colégio três minutos após o acionamento do botão do pânico quando o rapaz já estava contido por essa testemunha do crime.
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Antes de usar o pretexto de buscar o histórico escolar para cometer o atentado dessa segunda-feira, o rapaz informou que esteve no colégio também há cerca de um mês para visualizar o espaço físico para verificar se mantinha as mesmas características do período em que estudou no Helena Kolody. "Ele relata que não tem nenhum vínculo com essas pessoas que ele atingiu no pátio. Ele disse que o objetivo era atingir pessoas na faixa etária das pessoas que cometiam o bullying contra ele."
Questionado sobre a falta de uma revista do adolescente antes de entrar no colégio, o secretário de Segurança Pública informou que não é um procedimento adotado no Estado e que não havia contra ele no colégio um histórico de má conduta escolar no período em que foi estudante.
HISTÓRICO
Teixeira também foi indagado do fato do jovem ter uma denúncia formalizada pelo Ministério Público por uma invasão em outro colégio em Rolândia com uma arma branca. "Naquela situação foi acionada a Polícia Militar, mas ele fugiu e não houve o flagrante. Até então não havia suspeita contra esse aluno.
A Polícia Civil ainda investiga se o autor do atentado utilizava redes sociais para se comunicar com outras pessoas. "Até este momento seis pessoas foram ouvidas entre as que testemunharam o flagrante e pessoas que tiveram com ele no último sábado e ajudaram-no a produzir alguns vídeos que estão nas redes sociais do rapaz. O objetivo é saber se há mais pessoas envolvidas no crime ou só auxiliando o autor na produção de vídeos", disse o delegado chefe da 10ª Subdvisão Policial de Londrina, Fernando Amarantino Ribeiro.
A mãe do jovem preso também foi ouvida. O assassino também alegou sofrer de transtornos psiquiátricos e esquizofrenia. "Vamos ouvir os profissionais que acompanham ele e família saber a profundidade desse tratamento e lógico averiguar imputabilidade ou inimputabilidade dele", completou Ribeiro.