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Queda de prédio

Após dois meses, caso Olga segue sem solução

Fernanda Circhia - Grupo Folha
24 ago 2018 às 19:25

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- Gustavo Carneiro/Grupo Folha
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Após dois meses do caso de Olga Aparecida dos Santos, que morreu após cair de um prédio no centro de Londrina, em 24 de junho, a Polícia Civil informou que o laudo divulgado cinco dias depois da morte dela foi retificado pelo IML (Instituto Médico-Legal) de Londrina. Conforme o IML, houve uma mudança de termo em relação às lesões encontradas no corpo da mulher. Em 13 de julho, a delegada Geanne Timóteo da Delegacia da Mulher afirmou que questionou algumas informações à perícia do IML em relação aos cortes localizados no abdômen de Olga. Na ocasião, ao ver o laudo, foi constatado que os cortes estão nos mesmos locais de onde foi feita uma cirurgia bariátrica dias antes de morrer.

Um laudo divulgado em 29 de junho apontou que a queda de Olga foi responsável por sua morte. No entanto, apontou também que ela foi agredida antes de morrer. Na ocasião, a delegada afirmou que além dos cortes no abdômen devido a cirurgia, havia também feridas feitas por objeto cortante em outras partes do corpo. Além disso, o laudo apontou que a vítima sofreu esmagamento de crânio.

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Segundo Clayton Rodrigues, advogado da família de Olga, a questão da cirurgia havia sido comentada desde o início do inquérito. "Em relação às cinco perfurações no abdômen, não havia dúvida de que eram da cirurgia bariátrica. Mas, há vários outros pontos que merecem esclarecimento. Estamos aguardando os laudos do material que foi colhido na exumação. Por incrível que pareça, ainda não ficaram prontos e são bastante importantes."

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Ainda conforme Rodrigues, o que causou a morte não foram os ferimentos no abdômen. "O que causou a morte foi a queda do corpo e ainda deve ser apurado o que pode ter contribuído com a queda. Se ela estava consciente ou não, se caiu ou foi jogada. Isso não foi esclarecido ainda. Não podemos afirmar que existe um culpado, mas nem descartar que há um culpado", explicou.

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"É prematuro dizer que ninguém será indiciado. Isso quem vai decidir é a promotoria, que irá analisar a dar a última palavra sobre a abertura do processo penal. Enquanto representantes da família da Olga, a nós cabe acompanhar de maneira que fique tudo esclarecido. Se há um culpado, que ele seja processado e a lei aplicada de modo correto", acrescentou o advogado.


Fontes do IML confirmaram sobre a conclusão do laudo toxicológico e que a perícia precisa finalizar o laudo de necropsia. Os documentos devem ser concluídos até o meio da próxima semana.

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O advogado Carlos Lamerato, um dos advogados de Luiz Reis Garcia, afirmou à reportagem que a defesa já havia se manifestado em outras ocasiões quanto à conclusão do laudo. "As perfurações no corpo da Olga eram da cirurgia bariátrica. As demais feridas eram decorrentes da queda, assim como o deslocamento do crânio e a fratura do cotovelo. Já tínhamos essa conclusão e entendemos que não tem responsabilidade do Luiz e da família. Não há elemento que indique a prática delituosa por parte deles. Temos elemento que decorrem de uma perícia particular que fizemos, que ainda não divulgamos, mas asseguramos que ela não foi jogada. Foi um suicídio", defende.


Procurada pela reportagem, a 29ª Promotoria de Justiça informou que o MP (Ministério Público) não irá se manifestar enquanto todos os laudos não forem concluídos e entregues. Somente após os mesmos serem finalizados é que a promotoria se posicionará pelo indiciamento ou não dos investigados no caso.

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A reportagem foi até a Delegacia da Mulher na tarde desta sexta-feira (24), mas não conseguiu gravar entrevista com a delegada.


O CASO

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A PM (Polícia Militar) foi acionada na tarde de 24 de junho para atender a queda de uma pessoa em um prédio no centro de Londrina. No entanto, em seguida, a ocorrência passou a ser tratada como possível feminicídio. Olga tinha 51 e foi encontrada morta após vizinhos presenciarem uma briga entre ela e o marido, Luiz Garcia, de 65 anos. Estavam presentes os parentes do marido, que teriam sido chamados para auxiliar a discussão do casal.


Em um primeiro momento, a Justiça havia decretado a prisão preventiva de Luiz Garcia, mas a juíza Márcia Guimarães Marques determinou o uso de tornozeleira eletrônica por causa de seus problemas de saúde.

(Colaborou Simoni Saris)


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