A advogada Adriana Telini Pedro, de 36 anos, que já foi investigada há dois anos por ligação com a facção Primeiro Comando da Capital (PCC), foi presa, em Franca, na região de Ribeirão Preto. Ela foi indiciada por formação de quadrilha e co-autoria em tentativa de latrocínio, num roubo de jóias (avaliadas em cerca de R$ 120 mil) ocorrido em 21 de janeiro. Adriana atraiu os donos das jóias ao seu escritório. Na saída, dois homens armados, numa moto, roubaram as jóias, ainda não recuperadas. Ontem, a Justiça local prorrogou a prisão temporária em mais cinco dias - que vencerá no dia 9.
O noivo de Adriana, Luciano dos Santos Gonçalves, de 31 anos, e sua secretária, Bruna Cristina de Matos, de 19, que participaram da negociação das jóias, também foram presos. Os dois assaltantes continuam foragidos - um deles, Robson de Souza Rocha, o Robinho, de 19 anos, foi quem facilitou a investigação policial. Em 2007, Adriana foi ouvida pela CPI que investigou o tráfico de drogas e armas, em Brasília.
O delegado Márcio Garcia Murari, adjunto da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), pediu a prisão temporária de cinco dias para o trio, concedido pelo juiz-auxiliar da 1Vara Criminal, Marcelo Augusto de Moura. Ontem, ele pediu a prorrogação da temporária e avisou que pedirá a prisão preventiva. O advogado Rui Engracia Garcia, que defende Adriana e Bruna, entrou com pedido de habeas-corpus no Tribunal de Justiça (TJ), em São Paulo, mas não havia uma decisão até o início da noite. ''A prisão da Adriana não é necessária, pois seria um ato punitivo, não investigativo'', disse Garcia. ''E não entendo o motivo da prisão da Bruna'', emendou ele. Para Murari, o inquérito policial apresenta ''provas bastante incriminadoras'', o que justificaria os pedidos das prisões.
Segundo Murari, a investigação do roubo das jóias comprovou as ligações de Adriana, Bruna e Gonçalves com Robinho, que havia sido detido 15 dias antes por porte de arma. O telefone celular de Robinho foi rastreado e continha mensagens (torpedos) da advogada e da secretária para o assaltante, até sugerindo o aluguel de um imóvel no centro da cidade, onde fica o escritório, para facilitar a fuga.