Os laudos dos médicos legistas sobre 492 mortos baleados no estado de São Paulo durante a semana de ataques atribuídos ao Primeiro Comando da Capital (PCC) foram entregues nesta segunda-feira(12) pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) aos órgãos da Justiça.
O relatório destaca que o apogeu da violência, com 117 mortos a tiros, foi a segunda-feira, dia 15 de maio, quando as atividades na capital quase foram paralisadas. Entregues ao Ministério Público Federal, ao Ministério Público Estadual e à Defensoria Pública do Estado de São Paulo, os laudos foram emitidos pelas equipes de 23 Institutos Médicos Legais (IMLs) de todo o estado e apresentados à imprensa, em entrevista coletiva, pelo presidente do Conselho, Desiré Carlos Callegari.
O Conselho deixou a critério das instituições dos governos divulgar ou não os nomes dos 492 mortos. E ressalva que "os laudos não estão relacionados exclusivamente às supostas vítimas de confrontos entre policiais e civis". O relatório destaca que a violência se deslocou nos diferentes dias da semana. "Percebe-se que a capital registrou mais mortes por arma de fogo no dia 15 de maio; a Grande São Paulo (sem a capital), no dia 16; e o litoral (norte e sul), no dia 14".
O relatório aponta como atípico o fato de o apogeu da violência ter sido na segunda-feira após o Dia das Mães, pois os dados dos dias 12 a 20 de maio dos anos de 2001 a 2004 mostram que o maior número de mortes foi registrado sempre aos sábados e domingos. Neste ano, foram 12 os mortos a tiros no primeiro dia dos ataques, a sexta-feira (12); 54 no sábado (13); 82 no domingo (14); 117 na segunda-feira (15); 89 na terça-feira (16); 62 na quarta (17); 51 na quinta (18); 14 na sexta-feira (19) e 13 no sábado (20).
Os laudos serão agora analisados por uma equipe de médicos do Cremesp, que deverá divulgar um relatório qualitativo (indicando os tipos de mortes e casos que sugerem execuções), após reunião prevista para o dia 20.
Informações da ABr