Um grupo de italianos de Brescia e Bergamo, na região norte do país, está realizando desde julho do ano passado um trabalho voluntário para a construção de um orfanato em Peabiru (12 km ao norte de Campo Mourão). Eles pertencem a uma entidade de trabalho voluntária chamada Grimm e vêm para o Brasil durante as férias.
Dos 12 italinos que trabalham atualmente na obra, cinco chegaram em dezembro e os outros sete em janeiro. Eles vão ficar em Peabiru até o dia 2 de março. Até lá, uma outra turma chegará para continuar a obra.
Todos pagam suas próprias passagens, dormem no salão paroquial, se alimentam com recursos da Grimm e trazem ajuda financeira. Pier Berta, 29, é um dos mais familiarizados com a obra. Ele é carpinteiro e é a segunda vez que ele vem ao Brasil para fazer trabalho voluntário. Já Achille Buzzago, 40, é comerciante. No ano passado, ele atuou em outra obra na Venezuela.
O grupo trabalha das 6h30 às 14 horas, todos os dias. Entre eles, voluntários de todas as idades. Gobbi Gianino, que é dono de um pensionato, tem 70 anos. Ele conta que gastou cerca de R$ 3 mil em passagens para vir ao Brasil, mas se sente recompensado. ‘Gostamos de ajudar’, contou. Ele já foi motorista na Bósnia.
Entre as duas mulheres do grupo, uma é a enfermeira Nunzia Bordiga, 30. Ela ajuda nos trabalhos de cozinha e limpeza. No Brasil, ela diz estranhar as grandes diferenças sociais. ‘Aqui não é como na África, onde todos são pobres’, explica. O Grimm conta com cerca de 500 integrantes e realiza trabalhos na América Latina e África. O orfanato em construção atenderá cerca de 30 crianças. Hoje, funcionando em uma casa pequena, apenas oito são atendidas.