O vice-governador Orlando Pessuti vistoriou neste sábado (20) as obras que estão sendo realizadas nos municípios do Norte Pioneiro atingidos pelas enchentes causadas pelas fortes chuvas do final de janeiro. "O estrago na região foi grande, e trabalhamos para que sejam reparados o quanto antes", falou Pessuti.
Ele explicou que, nos próximos dias, duas mil cestas básicas serão entregues a famílias de desabrigados e desalojados pelas enchentes. Os mantimentos são uma doação da Secretaria Nacional de Defesa Civil.
Também na próxima semana, técnicos do Instituto das Águas do Paraná (antiga Suderhsa) irão ao Norte Pioneiro para avaliar as necessidades de obras nos rios para evitar novas tragédias. Eles irão verificar se são necessárias obras para reverter o assoreamento e recuperar as matas ciliares, por exemplo.
O prefeito de Tomazina, Guilherme Saliba Costa, agradeceu a prontidão do Governo do Paraná no socorro aos atingidos. "Imediatamente após as chuvas chegaram duas patrulhas rurais, para recuperar as estradas do município", afirmou.
Na última sexta-feira (12), o Exército instalou uma ponte metálica sobre o Rio das Cinzas, que divide Tomazina ao meio. Com isso, foi restabelecida a ligação de diversos municípios da região pela PRC-272.
A CHEIA – O prefeito de Pinhalão, Claudinei Benetti, contou que as cheias de janeiro foram as primeiras, na história do município, em que as águas do rio subiram a ponto de atingir as casas. "Em meus 58 anos aqui, jamais tinha visto uma enchente de tamanha proporção", falou o prefeito de Sengés, Walter Juliano Dória. Na cidade, cinco pessoas morreram por causa da enchente.
Um dos municípios mais atingidos pela enchente no Norte Pioneiro foi Tomazina. Ali, o vice-governador visitou áreas afetadas e os trabalhos de reconstrução. O sargento do Exército Marcelo Barriles Leicht, responsável pelo controle de trafego sobre a ponte metálica instalada sobre o Rio das Cinzas, contou a Pessuti que mais de mil carros, caminhões e ônibus passam por ali diariamente.
A ponte metálica ficará sobre o Rio das Cinzas por cerca de 30 dias, tempo necessário para que fiquem pronta as estruturas da ponte fixa. De acordo com o vice-governador, uma empresa foi contratada em regime emergencial para executar as obras necessárias para a reconstrução da ponte.
Em Tomazina, Pessuti visitou famílias atingidas pela cheia do Rio das Cinzas. Na casa de Esoaldo Faria, o cenário é desolador. Tudo foi levado pelas águas, que deixaram montes de areia dentro da residência após baixarem. Em frente, os destroços de uma olaria não deixam dúvidas sobre a força das águas.
Esoaldo contou que as últimas enchentes na região, em 1990 e 1997, não tiveram a mesma proporção da que atingiu a cidade em janeiro. Dessa vez, as águas do Rio das Cinzas subiram quase um metro acima do telhado da casa.
"O rio subiu muito rápido. No cair da tarde, começou a encher. Perto da meia-noite já estávamos tirando o que conseguíamos de casa. Por volta das quatro da manhã, a água já tinha alcançado o telhado", explicou.