A Comissão Especial da Câmara dos Vereadores de Curitiba também começou a investigar a qualidade da água distribuída pela Sanepar em Curitiba e Região Metropolitana. Depois de uma semana de trabalho adiado, os vereadores finalmente conseguiram a colaboração do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que se dispôs a coletar e analisar o material gratuitamente. A previsão é que o resultado dos exames laboratoriais estejam prontos dentro de uma semana.
Nesta terça-feira, também encerra o prazo dado pela Coordenadoria de Defesa e Proteção ao Consumidor (Procon) para que a Sanepar apresente um plano de ação para amenizar o problema da alteração da água. Até esta segunda-feira, a empresa não adiantou nenhum detalhe sobre suas propostas.
Em declarações anteriores, a Sanepar já afirmou que uma solução só deve acontecer em 2002. Além do Procon e Câmara, a qualidade da água também está sendo investigada pelo Ministério Público do Meio Ambiente e por uma comissão mista do Conselho Regional de Engenharia, Agronomia e Arquitetura do Paraná (Crea-PR).
O início dos trabalhos pelos vereadores foi adiado por uma semana em função de um impasse entre a comissão e Sanepar sobre quem pagaria os exames a serem feitos por um laboratório independente. Além dos técnicos do Senai, uma equipe da Sanepar também coletou água para exames. Foram recolhidas amostras das três estações de tratamento (ETA) que fornecem água a Curitiba (Passaúna, Tarumã e Iguaçu). Também foi coletada água em dois pontos de distribuição - uma residência no Bairro Sítio Cercado, atendida pela ETA Passaúna, e em outra residência no município de Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, que recebe água da ETA do Tarumã.
Foram coletadas, ainda, amostras "in natura", dos rios Iraí, Palmital e Iguaçu, de forma a analisar a qualidade da água antes da captação e tratamento. Sanepar e Senai vão realizar exames físico-químico, de matéria orgânica e microbiologia, de modo a determinar o PH da água, a quantidade de cloro, de oxigênio, bem como a presença de metais pesados, de coliformes totais e fecais e contagem geral de bactérias.
Segundo a presidente da comissão, veradora Clair da Flora Martins (PT), a intenção é ampliar ainda mais os exames. "Estamos contatando laboratórios de fora que façam exames sobre a presença de algas, antibióticos e hormônios na água, o que não é feito pelos laboratórios daqui", explica.
As investigações sobre a qualidade da água estão sendo feitas desde março deste ano, quando a água distribuída em Curitiba e Região Metropolitana começou a apresentar gosto e cheiro alterados devido à proliferação de algas nas represas do Passaúna e Iraí, que abastecem a maior parte da população dessas regiões.