Com a chegada do verão, aumenta a frequência dos acidentes com animais peçonhentos, como aranhas e escorpiões. O alerta é feito pelas Secretarias de Saúde Estadual e Municipal, que nessa época do ano intensifica a campanha de prevenção. O objetivo, conforme explica o diretor do Centro de Saúde Ambiental da Secretaria Estadual de Saúde, Isaias Cantóia Luiz, é orientar a população para os cuidados que devem ser tomados para evitar esses acidentes. Ele salienta que aranhas, cobras e escorpiões são encontrados em locais quentes e escuros.
Com o aumento da temperatura, comenta Cantóia, é comum a proliferação desses animais. A preocupação maior, enfatiza, é com a aranha marrom, que pode ser encontrada dentro de casa, em sapatos, roupas e atrás de móveis, aumentando ainda mais a probabilidade de acidentes. Os dados da Secretaria Estadual de Saúde não são precisos e registram 1.074 casos de acidentes este ano no Paraná e 3.080 no ano passado. Mas, segundo a Secretaria Municipal, este ano já foram registrados 1.204 casos de acidentes com aranha marrom somente em Curitiba. No ano passado, foram 1.943 casos na Capital.
O biólogo do Centro de Epidemologia da Secretaria Municipal de Saúde, Marcelo Luiz Vettorello, esclarece que muitos casos não são notificados, mas que a pessoa que desconfiar que foi picada por uma aranha marrom deve procurar imediatamente uma unidade de saúde para evitar consequências drásticas. A picada da aranha marrom é quase sem dor, por isso, ele explica, as pessoas demoram para perceber e procurar auxílio médico.
Os sintomas da picada da aranha-marrom são vermelhidão, inchaço, bolhas e coceira no local, podendo ocorrer alterações mais graves se o ferimento não for tratado corretamente ou se a pessoa não receber o soro específico, que só tem efeito se aplicado até 72 horas depois da picada.
O biólogo ressalta que um dos motivos para a proliferação dos animais peçonhentos nessa época do ano é a abundância de alimentos. "Eles saem em busca dos insetos que também se proliferam com o calor". Esse é outro problema comum no verão, conforme salienta o chefe de Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores, da Secretaria Estadual de Saúde, Sílvio Alexandre Brantt.
Nesse caso, diz, a preocupação maior é com o mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue. Desde julho deste ano não foram notificados casos da doença no Paraná. Mas de janeiro a junho foram confirmados 1.822 casos. "O perigo aumenta nos meses mais quentes", alerta Brantt. O mosquito da dengue se reproduz na água parada e limpa. Os sintomas da doença são dor de cabeça, fraqueza e falta de apetite. Em alguns casos, a picada deixa manchas avermelhadas que podem sangrar.
Brantt alerta que a melhor maneira de combater a doença é a prevenção. Trocar a água dos vasos e plantas, tampar as caixas d"aguas e não guardar pneus velhos ou objetos que possam armazenar água da chuva são alguns cuidados que evitam a proliferação do mosquito.