A Secretaria Estadual do Meio Ambiente interditou, nesta sexta-feira, 19 pontos no Litoral considerados impróprios para banho. A novidade desde esta sexta é que, além das placas indicativas dos locais onde há maior contaminação da água, as interdições foram reforçadas com a colocação de cavaletes com fitas de alerta, dificultando aos banhistas o acesso ao mar nesses trechos.
Os locais, segundo o secretário de Estado do Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida, serão fiscalizados permanentemente com o apoio da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. Outra mudança prevista é a realização de análises da água pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) mais frequentemente. A intenção é realizar análises semanais e adequar as interdições com as barreiras, de acordo com os resultados.
A demarcação dos pontos interditados começou em dois locais considerados bastante críticos. A primeira barreira foi instalada em Matinhos, no rio que dá acesso ao Corpo de Bombeiros. Em seguida, o secretário e o presidente do IAP, Rasca Rodrigues, deslocaram-se até o Rio Brejatuba, em Guaratuba, onde 150 metros de praia foram interditados. A extensão em cada área, no entanto, é variável.
Em período de temporada, o IAP monitora oito quilômetros no Litoral em trechos de maior concentração populacional e em pontos próximos a rios, canais e esgotos. Ao todo são colhidas amostras em 46 pontos considerados mais críticos. Além das praias, também é feita análise da água da Ponta da Pita, em Antonina, e dos rios Marumbi e Nhundiaquara, em Morretes.
Boletim do IAP divulgado nesta sexta mostra que o número de pontos impróprios para banho vem aumentando, passando de 15 pontos para 17 na penúltima medição e 19, no boletim de ontem. Guaratuba e Matinhos tiveram o maior número de pontos reprovados para o banho, com seis locais interditados em cada uma. Caiobá, com oito pontos monitorados, teve dois acusados por contaminação. Pontal do Paraná é o lugar com maior balneabilidade. Os cinco pontos monitorados pelo IAP mostraram condições garantidas para banho.
Apesar de ser considerada um dos locais mais bonitos do Litoral paranaense, a Ilha do Mel corre perigo de tornar-se inviável para os veranistas. Um dos pontos mais procurados pelos turistas, Encantadas, foi considerado impróprio para banho. Já na área do Farol, o banho ainda tem boa qualidade. A contaminação não atinge apenas o mar. Os rios Nhundiaquara e Marumbi, em Morretes, tiveram três pontos analisados, todos com contaminação detectada. O mesmo acontece na prainha de Ponta da Pita, na cidade histórica de Antonina, que mantém-se inadequada para banho nas últimas quatro medições.
Os exames para balneabilidade detectam a presença de coliformes fecais, Escherichia coli e Enterococos, conforme Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). A constatação de valores elevados de coliformes fecais na água indica a contaminação fecal, que pode colocar em risco a saúde dos usuários, dependendo da saúde da população geradora da poluição e do grau de imunidade dos banhistas. Os problemas mais comuns, em caso de contaminação, são febre tifóide, febre paratifóide, cólera, disenteria bacilar, amebíase, otite infecciosa, poliomielite e hepatite infecciosa. Há ainda o risco de presença de fungos patogênicos na areia das praias, trazidos pela maré contaminada por esgotos domésticos.