O Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário do Paraná (Sinssp) garante que a greve dos agentes de disciplina chegou a 100% na Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP), Região Metropolitana de Curitiba, e atingiu parte dos funcionários que trabalham na Casa de Custódia de Curitiba. Já o coordenador do Departamento Penitenciário do Estado (Depen), coronel Justino Henrique de Sampaio, afirma que o movimento não comprometeu o trabalho na PEP e que nenhuma outra penitenciária do Paraná foi atingida pela greve.
De acordo com o Sindicato, a troca de turno dos agentes que trabalham na PEP, realizada nesta quarta-feira às 7 horas, foi feita sob tensão. É que a Polícia Militar enviou viaturas para escoltar o ônibus que transporta os agentes até o local de trabalho. Apesar da escolta, o diretor da PEP, José Guilherme Assis, afirmou que a troca de turnos ocorreu sem incidentes. De acordo com ele, apesar da paralisação ter alcançado uma parte dos agentes da unidade, o serviço na penitenciária não foi prejudicado com a greve.
Na PEP, que mantém atualmente 536 presos, trabalham 244 agentes disciplinares. Como trata-se de serviço essencial, pela lei de greve é preciso manter 30% dos funcionários em serviço. Segundo o Sinssp, normalmente 37 agentes trabalham no período noturno na PEP e 64 no diurno. Nesta quarta-feira, segundo o Sindicato, cerca de 30 agentes cumpriram as escalas na unidade.
A intenção do Sindicato, agora, é estender a paralisação para as outras unidades terceirizadas, em Cascavel, Guarapuava e Foz do Iguaçu. A entidade também espera, para esta quinta-feira, uma resposta do atual governo ao pedido feito pela entidade, em reunião na terça-feira, para que o governo intermedeie as negociações. Os agentes também querem que o governo rompa os contratos de tercerização com as empresas e absorva os funcionários até a realização de concurso público.
Os agentes já fizeram uma paralisação entre os dias 28 e 31 de dezembro, mas decidiram suspender o movimento para iniciar negociações com o novo governo. Eles têm piso de R$ 450,00 e reivindicam equiparação salarial com agentes penitenciários, do quadro do Estado, que recebem R$ 1,2 mil na mesma função.
Até agora, a categoria não conseguiu acordo com as empresas, que se negam a negociar com o sindicato, alegando que ele não representa seus funcionários.