Paraná

Trânsito: em busca de convivência pacífica

20 mai 2001 às 15:36

Ônibus que fecha o carro, moto que se atravessa na frente do ônibus, carro que não dá passagem para a moto. No dia-a-dia do trânsito, essas situações envolvendo as três categorias de veículos são constantes. Como resultado, xingamentos, gestos obscenos, discussões e batidas. Os representantes de cada uma das categorias, claro, vêem mais culpa nas outras. Mas por que essa rivalidade e como fazer para amenizá-la?

Na visão dos envolvidos, o problema existe e aumenta na medida em que diminui o respeito mútuo e a consciência do que é o trânsito. "Os motoristas, em geral, tinham que ser mais conscientes, respeitar o outro como ser humano", diz Valdecir Bolete, vice-presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores da Região Urbana e Metropolitana de Curitiba (Sindimoc).


Para ele, os motoristas de ônibus às vezes abusam do fato do veículo ser grande. No entanto, afirma que os carros e motos também têm culpa. "Costumam andar nas faixas específicas dos ônibus e isso atrapalha."


O motorista Francisco Gomes de Moura diz que os condutores dos carros pequenos e das motos não respeitam a sinalização dos ônibus. "Você sinaliza que vai fazer uma manobra, mas eles querem passar na frente. É falta de educação que não se aprende nem nas auto-escolas porque há instrutor que não sabe ensinar."


Para quem está no táxi, ônibus e motos são um terror. "Tem motoqueiro que se enfia na frente da gente e se não dermos passagem acontecem acidentes", contra Luis Maldonado Marthos, presidente da Federação dos Taxistas Autônomos do Paraná.


Para o taxista Luis Carlos Lazarotto, o principal "adversário" é o ligeirinho. "Por andar em via rápida, eles se atiram em cima da gente", diz Lazarotto, que também se "arrepia" com os motociclistas. "Já me quebraram o retrovisor duas vezes".


O presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Condutores de Veículos Motonetas, Motocicletas e Similares de Curitiba e Região Metropolitana, Tito Mori, diz que muitas vezes os motociclistas, principalmente os motoboys, cometem imprudência em função da pressa para fazer as entregas.


Segundo Mori, no entanto, o motociclista também deveria ser mais respeitado. "Os motoristas de carro poderiam andar um pouco mais para a direita nas faixas para sobrar espaço para os motociclistas."


Para ele, tem também o problema do "ponto cego", no qual o motorista do carro não consegue visualizar o motociclista do lado. "Muitos nem se tocam disso e jogam o carro em cima do motociclista."


Veja as dicas que os condutores de cada uma das categorias dão para eles mesmos.


Para os motociclistas


- Tomar cuidado ao entrar na frente de ônibus e carros. A moto é ágil, mas ás vezes os outros veículos estão numa velocidade alta e são obrigados a frear.
- Cuidado também ao entrar no corrredor que fica nas vias. Quebra de retrovisores e riscos nos carros são constantes.
- Quando possível, tentar não ficar no chamado "ponto cego" do motorista de carro
- Não deixar se levar pela pressa. Às vezes, querem ganhar segundos em manobras arriscadas e perdem a vida.


Para os taxistas


- Sinalizar antes quando for parar para atender o passageiro.
- Não parar repentinamente quando o passageiro dá com a mão se houver algum outro veículo atrás.
- Não parar em locais proibidos para desembarcar os passageiros.


Para os motoristas de ônibus

- Sinalizar sempre que for parar no ponto.
- Não tomar a frente de outro carro fazendo se valer do tamanho do ônibus
- Tomar cuidado em curvas fechadas para não esbarrar em outros veículos.
- Ocupar bem no centro as faixas de rodagem.


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