O navio Nara foi desatracado no final da tarde do Porto de Paranaguá, no Litoral do Estado, e levado para o terminal da Petrobras. O navio petroleiro recebeu os cerca de 20 milhões de litros de nafta - subproduto do petróleo altamente inflamável - que estavam no navio Norma, encalhado no porto desde o último dia 18.
A empresa ainda não tinha uma definição para onde o Nara seria transferido, mas divulgou que os dois destinos prováveis seriam São Paulo ou Rio Grande do Sul. Segundo a Defesa Civil, o Nara apresenta boas condições de navegação e não oferece risco de vazamento durante a viagem.
O acidente com o navio Norma ocorreu quando a embarcação bateu em uma pedra a 1,5 quilômetros do Porto de Paranaguá. O navio estava carregado com 22 milhões de litros de nafta. De acordo com a Petrobras, cerca de 400 mil litros do produto teriam vazado na baía de Paranaguá. O tanque atingido pelo choque com a pedra tinha 3,9 milhões de litro do produto. No dia do acidente havia risco de explosão, já que o produto é altamente inflamável, e as atividades do porto chegaram a ser interrompidas.
Nesta segunda-feira, a Defesa Civil havia descartado riscos de explosão, mesmo com um resíduo de 20 mil litros de nafta que restaram no navio Norma e que estavam sendo transferidos para uma balsa. Segundo a Defesa Civil a nafta está misturada com óleo e água, o que torna o produto menos perigoso. O navio Norma ainda está encalhado no Porto de Paranaguá e vai passar por um processo de "salvatagem", que consiste na recuperação do casco atingido para que a embarcação tenha condições de navegar, levada por rebocadores. A previsão é que na próxima quinta-feira o navio seja levado para o terminal da Petrobras. Segundo a Defesa Civil esse processo só pode ocorrer se a maré estiver cheia.
Encerrado o processo de transferência da nafta e eliminado os riscos de explosão, um outro problema começa a ser verificado. Trata-se dos danos ambientais da região. O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizam em conjunto um trabalho de monitoramento da região. "Mas só vamos saber os danos depois da conclusão das análises que estão sendo feitas", enfatiza o superintendente da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Hamilton Bonatto.
O Ibama e o IAP recolheram pelo menos uma espécie morta de cada animal que vive na região, depois do acidente com o navio Norma. Foram encontrados uma tartaruga, uma gaivota e alguns peixes mortos que estão sendo submetidos à análises. Amostras da água da baía também estão sendo examinadas, mas não há previsão de conclusão das análises.
Os órgãos ambientais também não definiram quando será liberada a pesca na região, proibida desde o dia do acidente. A liberação da pesca, bem como a definição da multa por crime ambiental que deve ser aplicada para a Petrobras só deverão ser definidas depois de conclusão do laudo que aponta as consequências ambientais do acidente. Ontem, o Porto de Paranaguá operava normalmente.