Paraná

Traficantes do Rio "lavam" dinheiro no Paraná

06 mai 2003 às 08:20

A facção do tráfico de drogas carioca intitulada Amigo dos Amigos (ADA) mantém negócios no Paraná para fazer lavagem de dinheiro.

A descoberta é resultado de uma investigação conjunta feita pelas polícias do Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo.


No Paraná, o assunto está sendo mantido em absoluto sigilo para não atrapalhar as investigações.


As informações estão sendo divulgadas apenas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, que efetuou a prisão de Robson da Silva Oliveira no dia 23 de abril.


Robson é irmão do traficante Ubiratan da Silva Oliveira, o Bira, um dos mais antigos traficantes cariocas.


Segundo o investigador Ricardo Wilke, da Polinter do Rio, Ubiratan utilizou o nome falso de Antônio Cláudio Almeida para comprar o posto de combustíveis Auto Posto Matheus, localizado na Rua João Gualberto, em Curitiba.


Depois da compra, o posto passou para o nome de ''laranjas'', como Juliana Dobrucki, namorada de Robson, e seu tio, Cirço Kessau Nishimori.


Era Robson quem administrava o posto, já que Ubiratan está desaparecido. A polícia inclusive acredita que ele esteja morto.


O advogado de Juliana, Marcelo Ciscato, nega qualquer envolvimento da sua cliente com o tráfico.


Em entrevista concedida por ele a um jornal de Curitiba, ele diz que se Juliana se envolveu nisso foi por pura inocência.


Pelos cálculos da Polícia do Rio de Janeiro, a lavagem de dinheiro no Paraná pode ser superior a R$ 2 milhões.


Conforme o levantamento feito até agora, além do posto de combustível, a quadrilha possui um apartamento em Curitiba, outros imóveis no Litoral e uma lancha ancorada em Guaratuba.


''O desdobramento da investigação fica a cargo da polícia do Paraná'', informou o investigador Wilke.


Ele suspeita que o patrimônio da quadrilha no Estado seja maior do que o encontrado até agora.


Mas não acredita que outras facções do tráfico carioca, como o Comando Vermelho (CV), do traficante Fernandinho Beira-Mar, tenham alguma ramificação por aqui.


O investigador paranaense Délcio Razera, do serviço de inteligência do governado do Estado, participou das investigações mas disse que não pode dar mais detalhes sobre o caso para que as investigações não sajam prejudicadas.

Ele informou apenas que elaborou relatório com todas as informações e encaminhou o documento ao governador Roberto Requião (PMDB).


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