Paraná

Tortura de moradores de rua será comunicada à ONU

11 out 2006 às 17:28

O secretário de Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, informou nesta quarta-feira (11) que vai comunicar à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Organização dos Estados Americanos (OEA) as denúncias de que moradores de rua de Paranaguá, no litoral do Estado, teriam sido expulsos da cidade, depois de torturados física e psicologicamente por guardas municipais da prefeitura.

De acordo com inquérito concluído pela Polícia Civil, os guardas municipais retiravam à força mendigos das ruas da cidade e os torturavam e abandonavam em locais afastados ou em vias públicas da periferia de Curitiba.


Segundo o secretário, o Ministério da Justiça também será comunicado para que possam ser tomadas providências quanto à gestão da Secretaria municipal de Segurança.


As investigações começaram em março deste ano, depois que o padre Adelir Antonio de Carli denunciou a prática dos guardas municipais ap Ministério Público Estadual, que repassou as investigações à Secretária de Segurança do Paraná. A Polícia Civil passou, então, a investigar o caso e efetuou as prisões temporárias do secretário municipal de Segurança Pública, Álvaro Domingos Neto, e de quatro guardas. A polícia está à procura de três guardas que estão foragidos.


Segundo as denúncias, alguns mendigos foram abandonados na cidade de Registro, no interior de São Paulo, e outros no lixão de Paranaguá, nas cavas do Imbucuí e no viaduto dos Padres, na BR-277, entre o litoral do estado e a capital, Curitiba.

"Temos relatos de que dois mendigos foram abandonados em uma ponte, na Serra do Mar, e seus pertences foram jogados lá para baixo. E eles foram ameaçados de morte, se voltassem para Paranaguá. Foram deixados no meio do viaduto, a pé", contou o delegado Valmir Soccio, da Subdivisão de Paranaguá.


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