As prefeituras municipais de Pinhais e Mandirituba (Região Metropolitana de Curitiba) já iniciaram um estudo para saber os impactos da implantação da limitação do horário de funcionamento dos bares até as 23 horas nos municípios.
Em Pinhais, estão sendo analisados os locais de maior incidência de criminalidade. A maior preocupação do prefeito Luiz Cassiano de Castro Fernandes (PSDB) é com a fiscalização da medida. "Não adianta implantar o toque de recolher de um dia para o outro sem ter policiamento", afirmou o prefeito.
Atualmente, o município tem 32 policiais militares. Um efetivo considerado pequeno. Os crimes mais comuns são os de assalto e a violência doméstica. "Isto reduziria a violência doméstica com toda a certeza. Mas não podemos fazer nada à revelia. Temos que tomar medidas eficazes", declarou. Participam do estudo da limitação do horário de bares, representantes das polícias civil e militar, Rotary Clube e associações comunitárias.
Pinhais tem 123 bares e faz divisa com municípios e bairros considerados de grande criminalidade. São os casos de Colombo, Piraquara e as Vilas Zumbi e Trindade (Curitiba).
Em Mandirituba, a prefeitura já tem marcada reuniões com o Conselho Tutelar para debater o assunto. De acordo com o secretário municipal de Administração, João Edilson, o estudo ainda está em fase preliminar.
O secretário administrativo de Adrianópolis, Gilmar Tall Agnol, se mostrou favorável ao toque de recolher no município. Principalmente para combater o alcoolismo e o tráfico de drogas entre os jovens. "Deveríamos diminuir os pontos de encontro, temos muitos problemas com jovens de 13 e 14 anos", argumentou ele, ao defender o fechamento de bares após as 23 horas.
Em Curitiba, a proposta já foi debatida em 1999 quando Cândido Martins de Oliveira era o secretário de Estado de Segurança Pública. Foram feitas operações denominadas "Noites de Paz". Em quatro meses, 2 mil bares foram vistoriados e 177 fechados por falta de alvará. Nas operações, 252 pessoas foram presas e 64 armas apreendidas.
Durante o período em que foram feitas as blitze, houve uma redução de 24% nos casos de homicídio. "Tivemos bons resultados e podemos voltar a fazer", declarou o prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL). Ele negou que esteja fazendo algum estudo neste sentido. Mas elencou esta como uma das medidas que poderiam ser adotadas na capital paranaense como uma forma de diminuir os índices de criminalidade.
O secretário municipal de Defesa Social, Sanderson Diotalevi, não acredita que este seja o melhor caminho para se diminuir a criminalidade. Ele sugeriu a realização de um fórum para debater o assunto.
Leia mais em reportagem de Luciana Pombo, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta quinta-feira