A ex-diretora de Fiscalização do Banco Central (BC) Teresa Grossi admitiu nesta quarta-feira, em seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada pela Assembléia Legislativa para investigar irregularidades no Banestado, que o BC só pôde exercer efetivamente a sua função de fiscalizar os bancos públicos a partir de 1997.
Antes, de acordo com ela, era comum existir um ''ambiente político'' nas instituições que não permitiam que o BC fizesse investigações necessárias.
Ela preferiu não comentar se, no caso específico do banco paranaense, privatizado em 2000 e hoje controlado pelo Banco Itaú, houve alguma pressão política sobre o BC.
Ao contrário do que afirmaram ex-auditores e ex-diretores do Banestado à CPI, Grossi negou que o BC tenha sido omisso ao não intervir no Banestado assim que constatou sua má situação financeira.
''Quando o Banco Central chegou no Banestado o rombo já estava lá. O BC não é culpado pela quebra do Banestado. Os culpados são os ex-diretores e ex-gestores do banco'', afirmou, descartando categoricamente a proposta apresentada pelo presidente da CPI, Neivo Beraldin (PDT), de que o governo federal e BC deveriam assumir a dívida de R$ 5,1 bilhão referente ao empréstimo feito pelo governo do Estado no processo de saneamento do Banestado.
Teresa Grossi também negou que o BC poderia ter evitado a quebra do banco caso tivesse feito uma intervenção em 1998, quando o Banco do Estado já apresentava prejuízo de R$ 2,6 bilhões. ''Este número consta no balanço do banco, mas não significa que com um investimento neste valor o banco ficaria são.''
Grossi explicou que já naquela época o Banestado necessitava de investimentos na ordem de R$ 4,1 bilhões para sanear a instituição, ou seja, para recuperar créditos, sanar débitos previdenciários e trabalhistas entre outros.
Leia a matéria na íntegra na edição da Folha de Londrina desta quinta-feira.