O Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário e a Secretaria Estadual de Segurança admitiram, ontem, que há um clima de tensão entre os presidiários da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara (Região Metropolitana de Curitiba). A unidade, que é de segurança máxima, está passando por obras de reforma e ampliação. Uma das alas do presídio foi destruída durante rebelião ocorrida em outubro do ano passado.
Para o secretário Estadual de Segurança, José Tavares, a demora na conclusão dessas obras seria o principal motivo do descontentamento entre os cerca de 1.400 internos. "Em função das obras, eles não podem trabalhar, não podem estudar. É natural que haja um aumento da temperatura, mas nada que fuja do nosso controle." Tavares disse que as obras serão concluídas em menos de um mês.
Sandra Márcia Duarte, da diretoria do Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário, aponta a falta de pessoal como uma das razões do clima de tensão, que estaria gerando insegurança entre os agentes penitenciários. "É preciso que o governo agilize a contratação de mais agentes e para de brincar de transferir funcionários de outras unidades, a contragosto."
Tavares admite que a Penitenciária Central é que tem menor relação agente/preso (não soube precisar números). Segundo ele, a única alternativa, no momento, é a transferência de agentes de unidades onde há "folga" de pessoal. O secretário não confirma que haja déficit no quadro de pessoal, mas talvez uma má distribuição entre as unidades penitenciárias.
Tavares informou ainda que determinou ao diretor do Departamento Penitenciário que faça um levantamento da situação, quanto a distribuição dos agentes nas unidades, para iniciar o remanejamento. A contratação de novos funcionários, segundo ele, está descartada por enquanto.