Paraná

Suspeita de matar marido é presa após 18 anos

06 ago 2003 às 19:15

A Polícia Civil de Wenceslau Brás (117 km ao sul de Jacarezinho) conseguiu prender, após 18 anos, Noeli de Souza, que estava foragida todo este tempo. Ela é suspeita de ser a mandante do homicídio de seu marido, o empresário José de Souza Neto, em abril de 1985. Noeli foi presa em João Pessoa (PB) e transferida anteontem para Wenceslau Brás. A prisão ocorreu cinco anos antes da prescrição do crime. Noeli não quis comentar o caso, mas negou a acusação.

Na época, o crime chocou e comoveu a comunidade local. O empresário foi morto com dois tiros no interior de sua casa. De acordo com o processo judicial, o plano de matar o marido foi descoberto após a prisão do autor dos disparos. O pistoleiro foi preso dias após o crime, com cheques, notas promissórias e o carro da vítima, em uma barreira policial em Maringá. Ele confessou o crime e acusou Noeli de ser a mandante. Ainda de acordo com o processo, logo após a prisão, ela simulou problemas de saúde e fugiu. O autor dos disparos foi condenado a 14 anos de prisão e já cumpriu a pena.


O delegado Dirceu Damasceno explicou que o objetivo dos dois era simular um roubo para justificar o crime. No momento do crime Noeli também estava na casa e, segundo depoimento da época, acompanhou consternada todo o velório e o enterro do marido. A polícia suspeita de que o crime tenha sido motivado pela herança.


Segundo ele, a comunidade nunca esqueceu o crime já que o empresário era muito estimado. Damasceno contou que várias pessoas comemoraram a prisão de Noeli. Ele contou que a suspeita foi localizada por meio da internet. De acordo com Damasceno, há dois anos, surgiu a primeira pista com a transferência escolar do filho da suspeita para João Pessoa. O endereço foi encontrado por causa de um site que seu filho mantinha.


Segundo os policiais, Noeli trabalhava na Paraíba como corretora de imóveis e usava documentos falsos com o nome de Flávia Costa Montenegro. A prisão aconteceu no último sábado, em sua residência. Ela não ofereceu resistência mas, no momento da prisão, teria dito que estava sendo injustiçada. Ela deve ser indiciada também por uso de documento falso.

O delegado afirmou que a suspeita acreditava que o crime prescreveria em abril de 2005. Ele explicou, porém, que juridicamente isso só acontecerá em junho de 2008. ''O crime de homicídio prescreve em 20 anos, mas a prescrição só começa a contar a partir da sentença de pronúncia'', afirmou.


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