Paraná

Superpopulação de algas na água agora é assunto do MP

02 jun 2001 às 15:28

O Ministério Público Estadual pretende apurar as causas da contaminação da água da barragem do Iraí - represa que abastece 1 milhão de habitantes de Curitiba e Região Metropolitana de Curitiba. O promotor do Meio Ambiente, Saint Clair Honorato Santos disse que a instituição deve abrir procedimento investigativo para verificar o que alterou o gosto e o cheiro da água, durante esta semana.

A intenção é fazer uma avaliação da mesma forma que está sendo realizada na represa do Passaúna, onde há pouco mais de dois meses caso similar aconteceu. O Ministério Público deve iniciar as apurações na próxima semana. A intenção da promotoria é ter certeza que a "nuvem de algas", que forma uma camada verde na superfície do reservatório do Iraí, não é tóxica.


De acordo com a doutora em algas Thelma Veiga Ludwig, professora do Departamento de Botânica da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a espécie de alga encontrada nos reservatórios da Sanepar (cianobactéria) apenas altera o gosto e o cheiro do produto. Apesar de existir outras espécies de cianobactérias que são altamente tóxicas.


A professora explicou que a superpopulação de algas é resultado de ambientes ricos em nutrientes. Ela ressaltou que o mesmo ambiente permite que outros tipos de algas se proliferem. Para se reproduzirem, esses organismos se alimentam de produtos orgânicos, por exemplo, fertilizantes ou esgoto doméstico. Para controlar, as superpopulações é preciso que a Sanepar combata as fontes desses nutrientes.


A pesquisadora de algas disse que a espécie de cianobactéria detectada pela Sanepar libera dois componentes químicos (geosmina e metil iso-bormeol - MIB). Ambos afetam o gosto e cheiro, mas não são tóxicos.

Quando a Sanepar avaliou a quantidade de geosmina na água, coletada na última quarta-feira, registrou 212 mil partes por trilhão do produto. Essa quantia é pouco menor do que se registra na represa paulista de Billings (300 mil partes por trilhão), onde os moradores convivem com o mau gosto da água há cinco anos. Na região, os índices de geosmina vem sendo aumentado, provocando lentamente a aceitação do produto pelos moradores paulistas.


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