Paraná

Só o Crea defende recuperação do prédio do Fórum

20 nov 2000 às 18:43

O governador Jaime Lerner (PFL) reconheceu que o esqueleto de concreto do Fórum de Curitiba deve ser implodido. Em reunião no Palácio Iguaçu, Lerner acertou com representantes da Prefeitura da capital, Tribunal de Justiça, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia (Crea), um estudo técnico para definir o futuro do edifício até 7 de dezembro, o Dia da Justiça. O Crea é contra a demolição da estrutura e garantiu que é possível recuperá-la.

"Vamos analisar a hipótese de implosão, que é bastante provável", confirmou o governador depois do encontro. "Nós não queremos ver mais obras inacabadas." Lerner garantiu ao presidente do TJ, desembargador Sydney Zappa, que a análise vai encontrar ainda uma saída para acomodar as varas judiciais espalhadas pelo centro da cidade em locais apertados.


Uma das propostas é a ocupação dos prédios públicos que serviam às secretarias extintas e ao Banestado, privatizado no mês passado. Lerner disse que vai analisar a possibilidade de construir um novo prédio para o Fórum, sem ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal, que limita os gastos públicos.


Uma comissão especial formada com os participantes da reunião realizada nesta segunda-feira ficará com a tarefa de encontrar um final para a novela em que se transformou o caso. A construção está abandonada há nove anos. Falhas foram localizadas na estrutura de concreto.


A empresa que ergueu o esqueleto, a Coteli Construtora Técnica Ltda, de Curitiba, processou o governo na Justiça para contestar as acusações de falhas e pedir reparações. No início de outubro, o Ministério Público emitiu parecer defendendo que a Coteli recupere os defeitos. A decisão está a cargo dos juízes da 2ª Vara da Fazenda Pública.


A direção do Crea entregou ao governador um documento que incentiva a continuidade das obras. "Seria muito ruim para a engenharia paranaense ver esse prédio demolido", declarou o presidente do Crea, Luiz Antônio Rossafa.


De acordo com estimativas do governo parananese, a conclusão do esqueleto, formado por dois blocos de 12 andares cada um, poderia consumir até R$ 39 milhões. A cifra é uma das justificativas para pôr a estrutura abaixo.

O Crea se dispôs a terminar a construção. Em troca, teria o direito de usar as instalações. O governador também prometeu avaliar a idéia. "(A definição sobre o futuro do prédio) é um presente que nós queremos dar no Dia da Justiça", disse Lerner.


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