Paraná

Sindicato acusa universidades particulares de abuso

23 abr 2002 às 17:52

O presidente do Sindicato dos Professores do Paraná (Sinpropar), Sérgio Gonçalves Lima, acusou universidades particulares de aumentarem abusivamente e ilegalmente os preços das mensalidades escolares. Enquanto os salários dos professores teriam aumentado entre 6% e 8%, as mensalidades tiveram reajuste que varia entre 9% e 24,3%.

As planilhas de custos de algumas escolas e faculdades também estariam maquiadas, de acordo com Lima. Em anos anteriores, as obras de melhorias educacionais prometidas não teriam saído do papel. ''Estamos pedindo que o Procon (Coordenadoria de Defesa e Proteção do Consumidor) interfira, que exija que o que foi prometido nas planilhas seja cumprido pelas escolas'', afirmou o professor.


O Sinpropar representa cerca de 3 mil escolas particulares do Estado, com exceção de Maringá e dos municípios do Norte Pioneiro. São 7 mil professores associados, dos 25 mil que atuam na rede particular. Nesta terça-feira, Lima foi ouvido na Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara Municipal de Curitiba que investiga o aumento das mensalidades.


O vereador Ricardo Gomyde (PC do B), presidente da CEI, disse que dois pontos precisam ser levados em conta a partir das denúncias: o questionamento das escolas que reajustaram suas mensalidades acima dos 6% e a verificação das planilhas de custos. Nesta quarta-feira, os vereadores da comissão ouvem os diretores do Sindicato das Escolas Particulares (Sinep). ''Dá para dizer que tem aumento abusivo e que há indícios de reajuste ilegal, que contraria a lei das mensalidades'', declarou Gomyde.


A presidente do Sinep, Maria Luíza Xavier Cordeiro, disse que a entidade que representa não entra em questões particulares de cada escola. ''Se o pessoal do Sinpropar está fazendo acusações terá que provar'', comentou. Segundo ela, cada escola particular tem liberdade para colocar o que quiser na sua planilha de custos. ''Se a sua clientela aceita, então não há do que reclamar'', salientou.


Sobre a abusividade dos aumentos, Maria Luiza disse que não há como calcular o que é ou não abusivo. ''Tem escolas que estavam com suas mensalidades defasadas e por isso reajustaram mais. Outras não mexeram nas suas mensalidades.''


A comissão tem 30 dias prorrogáveis por mais 30 para concluir as investigações. Serão ouvidos ainda dirigentes de diretórios centrais de estudantes, pais e alunos, além de integrantes do Procon.

Denúncias e informações podem ser repassadas para a comissão pelo telefone (41) 322-2882.


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