Paraná

Sindicalista é preso acusado de extorsão

24 jun 2001 às 20:46

O presidente do Sindicato dos Rodoviários de Londrina, Evanildo Pinto Rodrigues, foi preso em flagrante na noite de sábado, em Porecatu (85 Km ao norte de Londrina), acusado de tentar extorquir R$ 200 mil da Usina Central do Paraná, produtora de açúcar e álcool. Segundo informações da Polícia Civil daquela cidade, as negociações entre o sindicalista e empresa começaram há 15 dias. Inicialmente, Evanildo Rodrigues exigiu R$ 300 mil, alegando que se o dinheiro não fosse entregue os operários da Usina Central do Paraná, pertencente à família Attala, entrariam em greve. O sindicalista, segundo a polícia, teria ameaçado uma eventual explosão na caldeira usina.

Logo após os primeiros contatos entre o sindicalista e os dirigentes da Usina Central, os telefones da empresa foram grampeados. A operação começou às 17 horas do sábado e durou algumas horas até ser concluída. Evanildo Rodrigues estava acompanhado de dois outros homens que, de acordo com informações preliminares, estariam dando cobertura à extorsão. A operação foi comandada pelo delegado Fátimo de Siqueira.


De acordo com o advogado do sindicalista, Osvaldo Pessoa Cavalcanti e Silva, em tese, o ocorrido foi caracterizado como extorsão. Mas, segundo ele alegou, seu cliente estava em negociações com a Usina Central há bastante tempo, na tentativa de receber um crédito relativo à contribuição sindical que a empresa não mantém em dia. Evanildo Pinto Rodrigues e outros dois integrantes do sindicato (cujos nomes não foram revelados) estão presos na delegacia de Porecatu. O advogado deve encaminhar hoje o pedido de liberdade provisória para os três. O advogado espera a degravação (transcrição) do conteúdo das fitas que contêm as conversações telefônicas para basear a defesa dos acusados.

Evanildo Rodrigues preside o sindicato há mais de 15 anos e foi um dos coordenadores da greve dos trabalhadores da usina no último mês de janeiro, que durou 20 dias e deixou 7 mil funcionários paralisados. Eles reivindicavam o pagamento do salário de dezembro e o depósito do Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço (FGTS). Durante o período de greve, trabalhadores procuraram a reportagem da Folha para denunciar casos de exploração pela empresa. Após as denúncias, um processo investigatório foi empreendido pelo procurador do Trabalho da 9ª região, Gláucio Araújo de Oliveira, de Curitiba.


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